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Enviada em: 02/09/2018

A partir de 1997, o porte de armas no Brasil passou a ser proibido e considerado crime inafiançável e passível de encarceramento de um a quatro anos. No entanto, oito anos depois e com o aumento dos níveis de violência, principalmente do tipo roubo e latrocínio, 63% população votou a favor do livre porte de armas. Mesmo que desejando fazer a sua própria proteção, tal atitude traz riscos se ignoradas as altas de desigualdade, criminalidade e a possibilidade de acidentes.    Ter a maioria da população apoiando a liberalização do comércio de armas não necessariamente significa que o governo deva fazê-lo, uma vez que a mesma sociedade apresenta altas taxas de desigualdade social e de gênero (responsável por crimes passionais e feminicídio), desemprego e vulnerabilidade social, fatores que fortalecem o estado de violência atual. Solucionar tais questões é fundamental para que a violência seja efetivamente reduzida, sendo o comércio legal de armas uma medida paliativa, principalmente para os crimes de roubo e latrocínio.     A proposta torna-se inviável quando o risco de agravamento do estado de violência é previsível diante do cenário citado acima. Isso implica dizer que, ignorando a origem da violência que se pretende combater com as armas, tal medida passa a ser ineficaz e superficial. Há também riscos voltados à acidentes com crianças, adolescentes e a facilitação de que conflitos banais do dia a dia sejam resolvidos de maneira violenta, como o massacre na escola de Goiânia, no qual um estudante de 13 anos assassinou colegas de turma com a arma do pai, que o mesmo teve acesso.    Contudo, percebe-se que é imprescindível tratar da violência pela sua origem, uma vez que a legalização das armas pode ser maléfica ineficaz. Para isso, a Secretaria de Segurança Pública, em conjunto com o Ministério da Educação e do Trabalho devem priorizar áreas de vulnerabilidade social e desemprego, fornecendo escolas e cursos profissionalizantes que permitam o ingresso no mercado de trabalho como também reforçar o policiamento e a prevenção de roubos com investimentos em equipes de inteligência, não só de combate, reduzindo, em longo prazo, os focos de violência nas cidades.