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Enviada em: 05/09/2018

"A posse de armas insinua um elemento de medo", frase proferida pelo indiano Gandhi, é competente em explicar o porquê de brasileiros, a cada dia mais, vejam o porte de armas como uma proteção, visão endossada por políticos populistas que se alimentam deste medo da criminalidade, embora inúmeros estudos desmentem tal afirmação e, de fato, armas não trazem a solução para nada, pelo contrário, engatilham um crescimento de morte em dois tipos de ambientes: dentro de casa e nas ruas.       Primeiramente, dentro das residências há inúmeras chances das armas serem utilizadas em suicídios, que tem taxas de letalidade alta quando praticadas com munição, além de disparos acidentais, que, em uma rápida pesquisa em navegadores de internet, aparecem incontáveis casos. Além dessas situações, podem ocorrer crimes dentro do próprio seio familiar, como um garoto de São Paulo que executou seus pais, policiais militares e sua avó. Se nem em famílias de pessoas treinadas as armas protegeram, é difícil imaginar um prognóstico melhor em armar a população em geral.       Igualmente, o uso de armas nas ruas representam um alto grau de perigo. Com o temor de assaltos, pensa-se circular com revólveres seria razoável para inibir este tipo de crime. Pesquisas nacionais apontaram que a chance de morrer durante um roubo é de 0,1% sem armas, e quando a vítima possuía armas, o índice era de 50%, ou seja, 500 vezes maior. Isto é comprovado que grande parte das vítimas de latrocínio são policiais. Novamente, nem mesmo pessoas treinadas saem ilesas destas situações.       Em suma, o armamento acaba sendo, a priori, uma solução fantasiosa para a insegurança. O governo, além de ressaltar o Estatuto do Desarmamento, pode utilizar-se de tecnologias novas como drones, além de maior gasto em efetivo do exército a fim de evitar o contrabando de armas ilegais vindas de países fronteiriços e que, majoritariamente, alimentam o mercado nacional. Também é necessário priorizar o tema da violência urbana, que afeta os brasileiros severamente e minimizar o fator medo, para que propostas de legalizar porte de arma não floresçam.