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Enviada em: 07/09/2018

Está em voga no país atualmente, um acalorado debate sobre a questão da liberação do porte de armas. De fato, o medo e a insegurança presentes no Brasil, despertam nos cidadãos o instinto de autopreservação, razão que leva muitos a enxergar no porte de armas uma alternativa viável. Porém, é preciso analisar, que tal medida em uma nação como o Brasil iria potencializar os crimes e não abrandá-los, além de imputar ao cidadão uma tarefa que é dever do Estado.        Em primeiro plano, é preciso destacar que de acordo com dados da Unesco, após o Estatuto do desarmamento, o índice de homicídios sofreu queda no país. Isso mostra, que em uma nação na qual não há uma cultura de paz e não violência, o uso de armas serve muito mais para a prática da justiça com as próprias mãos do que para aumentar a segurança pessoal. Infelizmente, os brasileiros não vivem a realidade de países escandinavos nos quais há maior número de armas por habitantes com baixos índices de violência. Aqui, quanto mais poder de fogo, mais crimes passionais, suicídios e incidentes com vítimas fatais.       Nesse sentido, viabilizar a segurança pela via armada é papel do Estado que, detêm os mecanismos necessários para isso. Fazendo eco ao pensamento do contratualista Thomas Hobbes, cabe lembrar que o governo serve justamente para mediar os conflitos humanos, protegendo os cidadãos e punindo os crimes. Diante disso, quando o Estado se ausenta de sua função e não apresenta medidas eficientes de seguranças pública, cria-se uma abertura pela qual a população busca tomar para si a tarefa dos policiais. Assim, indivíduos sem preparo no uso de armamentos, correm mais risco de prejudicar-se ou ferir a terceiros, do que propriamente defender-se.         Perante essa situação caótica na segurança pública do país, na qual o livre porte de armas apresenta-se como uma perigosa proposta de solução, é preciso agir. Cabe ao poder Executivo, responsável pelas forças policias, investir em segurança aumentando a capacitação dos profissionais da área com cursos e treinamentos e, potencializando seu poder de atuação através de estratégias para a pacificação das localidades mais violentas levando até elas não somente o braço armado do Estado, mas também programas assistências. Ademais, é importante a atuação de Ongs e outras instituições em prol de ideais de paz social, agindo através de campanhas midiáticas que promovam a conscientização geral acerca da necessidade de dizer não aos riscos das armas e, incentivando meios mais seguros para autoproteção como uso de cerca elétrica e cães de guarda. Seriam essas algumas medidas para um longo caminho de mudanças em busca de uma sociedade melhor.