Materiais:
Enviada em: 29/12/2018

"O diálogo com base em leis morais sólidas facilita a resolução de conflitos e promove o respeito pela vida, de cada vida humana. Portanto, o recurso às armas para resolver disputas é sempre uma derrota da razão e da humanidade", afirma João Paulo II. Isso demonstra que a autodefesa do cidadão por meio do porte de arma não resolverá o problema da violência provocado pela bandidagem, muito menos promoverá o respeito mútuo entre as pessoas.     Primeiramente, cabe pontuar que o não fornecimento de arma de fogo a civis é viável. Isso porque, segundo o Mapa da Violência 2015, o Estatuto do Desarmamento poupou a vida de mais de 160.036 pessoas entre 2004 e 2015, e desse total de pessoas salvas, o estudo indica que 113.071 foram de jovens. Mas segundo o Mapa da Violência, o Estatuto sozinho não basta para combater as mortes no país, o qual ocupa a 11ª posição no ranking dos mais violentos no mundo.     Além disso, o porte de arma não garante que o cidadão terá condições de se defender de um assalto, pois o marginal sempre se utiliza do elemento surpresa, afirmam Delegacias e especialistas em segurança pública. Ademais, o cidadão armado aumenta as chances de mortes acidentais ou por motivos fúteis, como brigas de trânsito, discussões em bailes e motivação passional, por exemplo, já que a consideração recíproca entre os indivíduos não existe.    Diante do exposto, faz-se necessário ao Poder Legislativo, reformar o código penal a fim de aplicar penas compatíveis com o delito do infrator, bem como ao Poder Executivo reformar as instituições policiais com melhores condições logísticas e remuneração atraente para seus agentes, de modo que eles não se vendam diante de propinas do crime organizado. Também a este mesmo órgão, aprimorar o sistema prisional, de forma a não facilitar a comunicação externa de presos por meio de uma fiscalização mais rigorosa.