Materiais:
Enviada em: 28/01/2019

De acordo com Zygmunt Bauman, sociólogo falecido em janeiro de 2017, a velocidade é a principal marca dos dias de hoje. Nesse sentido, a rapidez que caracteriza a pós-modernidade afeta negativamente diversos aspectos da vida cotidiana, dentre eles, a relação da sociedade com o porte de armas no Brasil. Um grave reflexo dessa conjuntura, é a alarmante desigualdade social como causadora de violência que gera a insegurança nas ruas, bem como a ineficácia do sistema de segurança na proteção da sociedade. Logo, é imperativo que o poder público e a sociedade se unam para enfrentar esse problema.     Ao analisar a problemática do porte de armas, nota-se a intensa ligação com a violência, sendo essencial destacar a origem do problema, a desigualdade. O país possui a segregação social e espacial entre os indivíduos promovendo o aumento da violência, pois estão desamparados no âmbito da educação, saúde e habitacional. Contudo, o crime torna-se um meio de ascensão social e o porte de armas poderá aumentar essas organizações, dado que o Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde, está em décimo primeiro lugar no ranking de homicídios do mundo. Em decorrência disso, é vital a diminuição da desigualdade, tendo como base a educação, pois evitará que os jovens atuem nesse campo de violência.     Com base nisso, compreende-se que a sociedade é vítima do medo, por isso tende aprovar a revogação do estatuto do desarmamento, em vigor desde 2003, mas na constituição a proteção é garantida por lei e é de obrigatoriedade do Estado, não cabendo a sociedade a autoproteção. Diante disso, constata-se que o obstáculo está na ineficácia do governo, sendo possível afirmar que as estruturas de segurança não conseguem acompanhar a complexidade das organizações criminosas, colocando em risco os indivíduos. Em decorrência disso, o país deve gerenciar o orçamento para garantir aos cidadãos seus direitos básicos.    A redução da desigualdade social aliada a um sistema de segurança eficaz são, portanto, os caminhos que precisam ser trilhados pela sociedade objetivando combater a violência. Para tanto, o Ministério da Segurança e da Justiça deve investir no aprimoramento do seu orçamento, devendo-se para isso melhorar a qualidade dos equipamentos e capacitar melhor seus policiais para que esses consigam enfrentar de forma igualitária as facções. Ademais, o Ministério da Educação deve inserir nas escolas formas de promover campanhas educativas sobre a importância do estudo com o intuito de prevenir a evasão escolar e assim diminuir a propagação da violência. Por sua vez, a população deve reivindicar ao governo mais segurança, buscando formas pacíficas para isso, como o protesto.