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Enviada em: 11/02/2019

Observa-se que o armamento civil é um apelo extremo de uma sociedade violenta movida pela insegurança e agressividade - características intrínsecas de uma comunidade disfuncional. Logo, a necessidade do porte de arma na população tornou-se um verdadeiro cabo de guerra entre as vertentes ideológicas. Ademais, tais divergências permitiram que a emoção turvasse a racionalidade da nação, além de mediar suas escolhas sobre a disseminação dos objetos bélicos no âmbito social.        A priori, a restrição do uso de armas não teve como objetivo deixar os indivíduos mais inseguros, porém veio para reduzir a violência pré-existente na população. Sendo assim, locais não são hostis porque restringem a venda de arsenais de fogo, mas pelo motivo da natureza humana ser violenta e agressiva – como dizia o filósofo Thomas Hobbes. Além disso, muitas vertentes estão contaminadas por viés ideológicos, como exemplo, os meios que tentam defender que o sujeito instruído educacionalmente tem capacidade racional para lidar de forma segura com os artifícios bélicos. Contudo, nada vale um ensino pedagógico, que só atuará sobre a emoção quando o surto irracional da essência bárbara da criatura estiver cessado. Desse modo, a educação tem os seus limites dados pela condição do ser e, consequentemente, o aspecto emocional influencia diretamente e turva as predileções das pessoas.         A posteriori, percebe-se que as convicções do filósofo Jean Paul Sartre continuam presentes na atualidade, visto que a ética da violência exercida pelo ser humano tenta fundamentar seus atos de crueldade. Por conseguinte, paralelamente as ideias de Sartre, o armamento civil se autojustifica como uma alternativa de medida preventiva contra a criminalidade. Não obstante, essa legitimação é equivocada, pois os recursos belicosos mudam a natureza dos conflitos, torna-os mortais. Assim, a capacidade terrena de escolha, defendida por Paul Sartre, tem sido ameaçada pelas divergências entre a razão e a emoção. Ademais, ao invés das armas atuarem de maneira profilática, essas intensificam os conflitos globais, uma vez que são capazes de potencializar o caráter destrutivo no meio social.       Portanto, é notório que a necessidade de municiar belicamente a população é fruto de uma pátria movida por discursos de ódio e insegurança. Além disso, tais problemáticas têm suas raízes fincadas na índole nefasta da espécie, posto que o homem não delimita fidedignamente seus sentimentos de sua racionalidade durante suas escolhas. Então, como se vê, não há uma solução plausível para acabar com os produtos bélicos no âmbito civil, dado a razão que esses itens são necessidades inerente da humanidade para potencializar sua bestialidade. Por fim, é fato que as armas não matam, mas homens armados erradicam a finitude de paz existente no mundo.