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Enviada em: 13/02/2019

No ano de 2017, de acordo com o órgão federal Norte Americano CDC (Centers of Disease Control) aproximadamente 40.000 pessoas foram mortas por armas de fogo. Já no Brasil, esse número passa dos 43.000, é inegável que há uma correlação entre o acesso às armas e ao número de pessoas mortas por disparo de arma de fogo. Há aqueles — que apesar da clara correlação — acreditam que aumentar o número de armas irá ser beneficente ao país.       Destarte, há um sentimento coletivo de insegurança da população brasileira, uma parcela da população acredita que o acesso às armas irá poder ficar em igualdade com os assaltantes. O decreto assinado recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro, no dia 15/01/2019, facilitaria a posse de arma para a população geral, além de dobrar o prazo de validade do registro de posse. Infelizmente, se até policiais são mortos a reagirem à assaltos, o cidadão comum não estará mais seguro com uma arma na mão.       Outrossim, o aumento no número de armas em residência é especialmente alarmante para um grupo: as mulheres, o Brasil possuí a quinta maior taxa de feminicídio do mundo, de acordo com a ONU. De acordo com Simone de Beauvoir, Tomás de Aquino referia-se às mulheres como “homens imperfeitos”, esse tipo de pensamento é presente na sociedade hodierna, e é utilizado para justificar o controle que os homens querem exercer sob as mulheres, sendo traduzido em forma de agressões físicas e psicológicas, o acesso à uma arma escalaria uma agressão para um feminicídio.       Sobre esse viés, fica claro que aumentar o acesso do cidadão às armas de fogo, não irá resolver nenhum problema de segurança pública, muito menos abaixar a insegurança pessoal do brasileiro comum. O Governo deverá investir em segurança pública, para que o cidadão não se sinta desprotegido caso não porte uma arma, aumentando o número de ações para apreensão de armamentos ilegais, além de ter como foco a redução do narcotráfico, em todo território nacional. Aumentar o número de armas, mesmo que legais, no Brasil, é um verdadeiro tiro no pé.