Por uma sociedade que permaneça desarmada A sociedade brasileira sobrevive em meio a um problema crônico de violência que, segundo aponta a Organização das Nações Unidas, nos tornou o décimo sexto país mais violento do mundo. Mediante esse quadro, desarmar a sociedade constitui importante medida de manutenção da paz. Há treze anos, foi instituído o Estatuto do Desarmamento, dispositivo legal que regulamentou o porte de armas, de forma a restringir seu uso através de regras e requisitos que dificultaram a compra de armamento. A nova lei também incentivou a entrega de armas ao Estado mediante indenização. A medida mostrou-se ineficiente após algum tempo, logo, quedas bruscas nos índices de violência foram seguidas pelo aumento persistente de homicídios, latrocínios apesar do crescimento anual ter sido mitigado. Entretanto, o acerto não reside em negar a eficácia da política de desarmamento e sim fortalecê-la combinando-a com ações que fortaleçam a paz. A efetividade da política de segurança depende de esforços conjuntos dos órgãos de segurança do país para coibir a entrada de armas de fogo ilegais em solo brasileiro além do incentivo à cultura da paz. É responsabilidade do Ministério Público, das polícias Estaduais e Federais o aumento de fiscalização nas fronteiras, estradas e pontos estratégicos em que poderiam circular tais armas ilegalizadas. Também torna-se importante promover a cultura da paz através de todos dos meios midiáticos por campanhas que incentivem o desarmamento. A campanha pela paz precisa iniciar pela Administração pública pela sua capacidade de penetrabilidade da mensagem nas massas; um bom exemplo está no protesto realizado pelas escolas municipais no Rio de Janeiro que indicavam que as escolas eram locais de paz. Assim como as escolas, o solo brasileiro é lugar para estímulo da paz e do respeito ao direito ao armamento legal e controlado.