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Enviada em: 01/11/2017

Com armas em mãos, todo mundo é um criminoso em potencial     À luz do iluminismo, Jean Jacques Rousseau criara sua tese acerca do Contrato Social, no qual vigoraria a vontade do povo e sua segurança deveria ser garantida irrevogavelmente pelo governo, corroborando, posteriormente, para a Revolução Francesa e as democracias mundiais. À vista disso, o Brasil, à frente de provectas leis pilares em sua Constituição coetânea, elaborara mecanismos de segurança nacional, por meio das polícias civil e militar, assim como o próprio exército. Contudo, mediante o supradito, faz-se imperioso refletir sobre a alarmante conjuntura brasileira de desejo pela legalização do porte de armas, acarretada pelo alto índice de violência urbana.     Posto que a industrialização no Brasil tenha se dado de forma tardia e rápida, concentrando-se majoritariamente onde, hoje, se estabelecem as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, a urbanização nestes locais também se fez aguda e desestruturada. Entretanto, tal realidade não pôde comportar o grande contingente demográfico recebido, dada à carência por empregos, infraestrutura e educação, mostrando, deveras, ser uma insídia atroz. Por conseguinte, os assaltos, muitas vezes em forma de latrocínio, tornam-se fatos sociais, o que faz parecer coerente a legalização do porte de armas como forma de defesa pessoal.     Todavia, em contrapartida, o Brasil é, ironicamente, um país de estruturas agressivas e hostis, principalmente quanto às diferenças atreladas aos vários grupos sociais. De acordo com o site EBC.com, o país detém a liderança entre aqueles com maior número de mortes em brigas de torcidas organizadas. Ademais, o alto índice de feminicídio e a taxa exorbitante de mortes dadas à homofobia e ao racismo, ilustram a condição precária em que a sociedade jaz. Dessa forma, é fácil depreender-se que cidadãos, mesmo aqueles tidos como “de bem”, em posse de armas de fogo, seriam tão letais e riscos de morte quanto qualquer assaltante.     Portanto, a fim de atenuar esse quadro caótico, em que sociedade corrompe o homem, consoante Rousseau, é da alçada do Governo Federal ações paliativas quanto ao assunto. A fim de diminuir o atual estado de violência, é necessário que aqueles à margem da sociedade possam mudar suas vidas mediante emprego formal. Por meio do incentivo à formação de indústrias nacionais, assim como seu desenvolvimento e do consumo interno, abatendo certos impostos, bem como à migração, suavizando a macrocefalia urbana, a população sentir-se-ia mais segura e livre, desejando menos a posse de armas.