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Enviada em: 08/03/2018

A caminhada para o futuro    Não são poucos os fatores envolvidos na discussão acerca do livre porte de armas no Brasil. Após a instauração da lei do Estatuto do Desarmamento, em 2003, foi determinado mais rigidez às condições de posse e porte de arma de fogo no Brasil. No entanto, no momento atual o tema foi posto em pauta no Congresso com a finalidade de revogar o Estatuto do Desarmamento e propor o armamento civil. Dessa forma, basta observar os índices negativos de homicídios, suicídios e ataques por arma de fogo no país. Logo, entender os aspectos que levam a esse cenário é fundamental para alcançar melhorias.    Em primeiro lugar, vale ressaltar que o problema de violência no Brasil é marcado por diversas questões, como por exemplo, a desigualdade social. A falta de investimentos na educação pública e o tratamento inadequado que o tráfico de drogas e armas recebem por parte do governo intensificam exacerbadamente a questão da violência predominante no país. Isto é, armar o cidadão com o objetivo de garantir sua segurança é uma medida ineficaz, pois além da arma de fogo oferecer contornos sangrentos a brigas fúteis não resolve o problema de insegurança no país, uma vez que o indivíduo que comete um delito representa apenas uma camada de um amplo sistema por trás dele.    Ainda nessa questão, é fundamental pontuar que antes do Estatuto do Desarmamento as taxas de homicídio cresciam de forma alarmante. Ademais, segundo uma pesquisa realizada pelo Mapa da Violência em 2014 com apoio da Unesco, teriam ocorrido mais 121 mil homicídios por armas de fogo no Brasil. Nessa circunstância, podemos analisar as prováveis consequências da liberação do porte de armas e o agravamento da situação de violência. Para ilustrar, é útil o caso que ocorreu nos Estados Unidos no dia 14 de Fevereiro deste ano, no qual ataque a tiros em escola na Flórida ocasionou o óbito de 17 pessoas. O país norte-americano não possui grande restrição na compra e no porte de armas de fogo, sendo comum ocorrências do gênero.     Nesse sentido, ficam evidentes, portanto, os elementos que colaboram para o atual quadro negativo do país e a confirmação de que facilitar o acesso a armas de fogo pela população não é uma boa alternativa. Cabe ao Governo investir em educação pública, enquanto o Ministério da Educação realiza palestras a respeito dos malefícios que as armas de fogo trazem para a sociedade. É imprescindível, também, que ONG's em parceria com a mídia realizem campanhas sociais afim de erradicar o uso indevido de armas por civis. É válido, inclusive, que o Governo invista em treinamento especializado para policiais e aumente a fiscalização das fronteiras do país, visando combater o tráfico de armas. Assim, a frase de Mahatma Gandhi fará sentido: "O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente"