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Enviada em: 15/03/2018

Porte de armas: o tiro que sai pela culatra       No filme Pantera Negra, o vilão Killmonger luta pela liberação do metal vibranium, afirmando que este é a solução para as guerras e adversidades mundiais. Conquanto, o Rei T'challa reconhece que tomar tal medida agravaria o cenário. É possível relacionar a obra cinematográfica com a discussão sobre o armamento no Brasil. Enquanto uma parcela da população declara que o porte de armas expande o poder da legítima defesa, a outra expõe que sua condução acentua os riscos do portador.       Primeiramente, segundo a Folha de São Paulo, quem reage armado tem 56% mais chances de ser vitimado. Explica-se essa porcentagem pela falta de treinamento e tempo para reagir. Entretanto, mesmo com capacitação para tal, o indivíduo ainda está suscetível a se tornar uma vítima, visto que 70% dos policiais munidos morrem durante suas folgas (Fórum Segurança). Assim, uma maior felixibilização do porte não sustenta a legítima defesa, pois os bandidos tendem a ficar mais violentos, aumentando os riscos. Além disso, com maior circulação de armas, facilita-se a usurpação delas pelos criminosos, que passariam a obtê-las com maior frequência e facilidade.       Em segunda instância, o revólver também apresenta uma ameaça dentro de casa. De acordo com o Comitêpaz, duas crianças são feridas todos os dias graças ao acesso às armas dos pais. Nos Estados Unidos, que sofre com uma legislação mais flexível no que tange ao armamento da população, o número vai para 100 infantes por ano. Além disso, brigas no trânsito que acabam em mortes estão cada vez mais recorrentes nos veículos de comunicação. Como exemplo, a youtuber catarinense Isabelly Cristine, que morreu ao ser atingida por uma bala oriunda de uma discussão entre dois motoristas. O panorama brasileiro deixa explícito que, quando arma-se cidadãos, cria-se condições para mais violência e mortes.        Mediante o elencado, se torna imprescindível ações do Governo Federal, atrelado ao Poder Legislativo, que promovam regulamentações mais rígidas e que considerem o psicológico do indivíduo que pretende possuir ou portar uma arma. Além disso, cabe às escolas, mediadas por ONGs, investirem em palestras sobre o assunto direcionadas a pais e filhos, a fim de criar uma conscientização coletiva dos efeitos negativos do tema em pauta. Também, é papel da mídia apresentar estatísticas que comprovam o caráter desfavorável do armamento em relação à população. Destarte, ver-se-á uma mudança no comportamento e social, urgente na sociedade hodierna.