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Enviada em: 17/03/2018

Num país com alto índice de violência tal como o Brasil, a discussão a respeito deste tema, no que tange o livre porte de armas por civis, possui duas vertentes principais; aqueles que apoiam o desarmamento e aqueles que o criticam. Face à situação catastrófica que vigora no país, a manifestação da população, que busca uma solução para tanta violência na utópica ideia de que as pessoas precisam ter acesso a armas de fogo, mostra-se imprescindível para que medidas realmente eficazes possam ser discutidas, votadas e postas em prática, a fim de reverter o atual panorama.  Apesar do que alegam muitos dos defensores da revogação do Estatuto do Desarmamento, tal medida não trará apenas benefícios à sociedade. Agressores, que hoje não possuem armas, se tornarão potenciais assassinos, já que a única coisa que os impede de cometer um homicídio é a falta de uma arma de fogo à sua disposição. Num país que violenta uma mulher a cada 11 minutos, o armamento da população trará consequências gravíssimas para essas vítimas, aumentando assim, o índice  já altíssimo do feminicídio. Crimes motivados por ódio que acontecem todos os dias, terão fins cada vez mais trágicos, visto que qualquer pessoa sem antecedentes criminais poderá ter acesso a uma arma e causar um incidente. Além disso, basta um descuido para que crianças inocentes possam  ter contato com armas da família e causar mortes acidentalmente.  Contudo, após analisar os divergentes dados estatísticos a respeito do tema, observa-se que há veracidade nos dois lados da discussão. Em países como o Japão, onde as armas de uso pessoal foram banidas, a taxa de homicídios é baixíssima. Porém, em países como Alemanha e Suécia, onde o índice de violência é quase zero, existem 30 armas a cada 100 habitantes. Sendo assim, é possível concluir que a violência presente nos países modernos não se origina unicamente do porte de armas ou falta dele, o problema está na desigualdade social, na falta de educação da população e na mácula atuação da justiça, e por isso, o livre porte de armas no Brasil não solucionará o problema da violência. Desta forma, é dever do Estado controlar a circulação de armas no país, para que menos pessoas tenham acesso à armas de fogo, e para que estas sejam exclusivamente destinadas ao uso das forças armadas, que têm a função - teórica - de proteger a população. A implantação de operações policiais dentro de centros de tráfico de armas, a fiscalização da corrupção dentro da polícia - que disponibiliza o próprio armamento aos traficantes - e a correta aplicação das leis previstas no Código Penal que punem aqueles que possuem porte de armas ilegalmente, são medidas que podem e devem ser tomadas pelas autoridades para manter a população distante de armas de fogo, a fim de evitar o crescimento das taxas alarmantes da violência no Brasil.