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Enviada em: 19/03/2018

O debate sobre o melhor modo de se fazer justiça no Brasil ainda é divergente. A liberdade do porte armas gera discussões em todo o país e o “fazer justiça com as próprias mãos” é característico dos discursos pró-armas, que alegam ineficácia do governo. Desse modo, boa parte da população, mesmo vivendo em uma país com violência em demasia, cogita solucionar a questão com mais violência, embora a lei e o Estado existam para que não coexista a barbárie.                O Estatuto do Desarmamento, em vigor desde 2004, garantiu que o porte de armas fosse ilegal, isso fez com que mortes e suicídios caíssem pela metade, de acordo com uma pesquisa feita em 2014 pela Unesco. Em contrapartida, infográficos de outubro de 2017 da Globo mostram aumentos do número de armas comercializadas pelo Brasil, levantando argumentos a respeito da violência que cresce, principalmente em regiões como São Paulo e Rio de janeiro.                Mas o erro de análise vincula o problema somente à circulação legal ou não das armas, enquanto que não se trata disso e sim do que leva esse número a subir. De fato, a desigualdade social ocasionada pela concentração de bens – desde quando as terras brasileiras ainda eram capitanias – fez com que os índices de violência apenas crescessem, sendo a criminalidade um caminho fácil a ser seguido.                  Países desenvolvidos, como a Suécia, possuem suas armas legalizadas, no entanto elas vêm acompanhadas de baixos índices de violência e mínima disparidade social. Isso mostra que o Brasil ainda possui prioridades maiores para que legalizar ou não as armas seja um projeto de lei de grande relevância para o bem comum.              As tentativas de liberar o porte de armas representam um povo que não acredita nas autoridades e na segurança que elas deveriam passar, como em uma situação de caos social onde as pessoas apenas prezam a sua própria proteção. Entretanto, diferentemente de “cada um por si”, existe uma sociedade na qual deve haver união para reclamar às autoridades locais.                Em resumo, é de suma importância que a população se faça presente exigindo melhor uso dos impostos, principalmente através de redes de compartilhamento e das ruas. Isso evitaria que a arma fosse considerada a melhor alternativa. Além disso, é necessária a busca tanto do governo quanto das massas o fim da desigualdade, com melhor distribuição de renda, mais escolas nas periferias, mobilização e ações filantrópicas. Assim, tiraria os jovens das ruas e diminuiria a criminalidade, ensinando-os o caminho em que devem andar. No Brasil, a justiça deve ser feita por meio da paz social, respeitando os direitos humanos, a igualdade perante à lei e acima de tudo, a vida.