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Enviada em: 25/03/2018

Legalização de armas: um tiro no próprio pé.       Um dos maiores massacres já acontecido no Brasil foi registrado por Euclides da Cunha na obra literária, "Os sertões". A narrativa, inspirada na sanguenta "Guerra de Canudos", mostra o poder da arma de fogo na destruição do próprio homem, o que ocasionou a morte de mais de 25 mil pessoas em menos de um ano. No atual cenário contemporâneo brasileiro, estar desarmado é condição que provoca medo diante de um dos sérios problemas da sociedade, a criminalidade.       Cogita-se, na história de Canudos, que a falta de armas de fogo mais potentes, por parte  dos seguidores do líder religioso, Antônio Conselheiro, teria provocado o declínio da comunidade instalada em Belo Monte, na Bahia. Esta proposição justifica, atualmente, o surgimento de dois sérios problemas: o aumento no número de crimes cometidos por estas armas e o porte ilegal em prol da autodefesa do cidadão brasileiro.       Desta forma, é crível que a criminalidade tem provocado, nos últimos anos, números exorbitantes de mortes quanto as guerras entre países. Por esta razão, campanhas de desarmamentos tem se intensificado a fim de combater a ilegalidade no porte de armamentos, que são usados para um único fim, a violência, embora se enquadre na legítima defesa. Além disso, a maior preocupação das políticas públicas contra esta problemática tem pairado sobre o tráfico de armas que cresce devido à busca, incessante, da defesa pessoal e torna a sociedade tão armada quanto a polícia, mesmo que que despreparada para portar tal instrumento.       Infere-se, portanto, que a fragilidade na segurança pública brasileira é fator condicional para o aumento do porte ilegal de armas. Desse modo, compete ao Ministério da Segurança Pública promover ações de combate à criminalidade - como o Proerd - e policiar as áreas de vulnerabilidade criminal, reduzindo, assim, a necessidade de o cidadão estar armado. Ademais, a longo prazo, é preferível que as escolas e igrejas conscientizem as novas gerações sobre a ineficácia de projetos que sugerem a legalização do armamento, evitando a disseminação da violência. Assim, se Euclides da Cunha acreditava que o homem é resultado do meio, da raça e da história, medidas como estas podem mudar a realidade social e diminuir trágicos acontecimentos criminais.