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Enviada em: 03/10/2018

Muito se tem discutido, recentemente, acerca do livre porte de armas no Brasil, visto que as taxas de morte violenta são altas e a população se sente insegura. Segundo o Atlas da Violência, por exemplo, o país comete 30 vezes mais homicídio do que toda a Europa .Nesse cenário, contudo, caso o armamento seja amplamente legalizado, nem todos, possivelmente, terão discernimento de quando usar a arma, o que pode fomentar ainda mais a violência. Portanto, o livre porte de armas para todos não deve ser permitido.       Alguns argumentam que a população deve estar armada para se proteger de uma eventual ameaça provinda de criminosos. No entanto, no geral, os brasileiros não têm a mentalidade de usar a arma apenas para proteger a vítima. Isso porque, por razões históricas, o país, marcado pela desigualdade socioeconômica e pelo pouco investimento na educação, criou uma cultura de violência que foi institucionalizada. Nesse sentido, é normal, para muitos, resolver intrigas e conflitos de quaisquer gênero com arma.       No entanto, essa cultura em nada soluciona os desentendimentos, mas sim, contribui para um ciclo de mais violência. De acordo com pensamento de Benetto Croce: "a violência nunca poderá ser criadora de coisa alguma, apenas destruidora". Seguindo a sua ideia, armar as pessoas não seria boa escolha. Confirma-se isso, ao analisar que o número de mortes violentas tende a cair com o desarmamento. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada mostram que os lugares onde mais armas foram apreendidas apresentaram taxas de homicídios até oito vezes menores.      Diante do exposto, medidas devem ser tomadas para desinstitucionalizar a cultura de violência e desarmar a população. Umas dessas deve ser a do Ministério da Educação e Cultura (MEC) lançar uma campanha educativa pró-desarmamento e contra violência, utilizando-se das aulas de sociologia (disciplina obrigatória) para tal. Para que isso seja possível, os professores deverão ser instruídos pelo MEC a esclarecer o tema com os estudantes e incentivá-los a ter uma postura cidadã perante conflitos, ou seja, sem brutalidade. Desse modo, os jovens poderão crescer com outra mentalidade: a de não desejar colocar as mãos em armas.