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Enviada em: 31/03/2018

Os recentes casos de assassinatos em massa ocorridos nos Estados Unidos, como as mortes na casa noturna de Orlando, explicitam o quão falho o processo de armamento da população se tornou. Portanto, é possível afirmar que a ampliação do direito à posse de armas de fogo não solucionará a crise de segurança pública brasileira. Tendo em vista não só a naturalização da violência causada pelo aumento no número de armas mas também a falta de recursos governamentais para a fiscalização da venda desse armamento.  A sociedade, segundo o sociólogo francês Pierre Bourdieu, incorpora as estruturas sociais que são impostas à sua realidade. Esse fato demonstra o poder que a sociedade exerce ao naturalizar uma ação de acordo com a frequência em que essa é praticada. Logo, é inadmissível que a liberação do porte de armas no Brasil torne-o um país banalizado quanto a morte de seus cidadãos, uma vez que incorporará ao cotidiano dos indivíduos o ideário de justiça pessoal, que não é amparado pelo setor legislativo ou judiciário, mas pelo julgamento, muitas vezes irracional, do subconsciente humano.  Outrossim, a falta de investimento em políticas públicas que visem o rastreamento de armas de fogo no país é a principal problemática no combate ao tráfico de armas, segundo a Polícia Federal, visto que não é possível identificar a origem e destino desses equipamentos. Em um cenário aonde a compra desses objetos é facilitada pelos trâmites legais, o tráfico se vê cada vez mais munido contra os cidadãos comuns e a polícia. Logo, a falsa sensação de segurança proporcionada por uma arma “doméstica” é facilmente suprimida pelos armamentos de guerra financiados pelo comércio de drogas, o que aumenta o risco em potencial à vida de toda sociedade brasileira.    Portanto, medidas são necessárias para se resolver o impasse. Tal qual a criação, por parte do MEC (Ministério da Educação e Cultura ) em consonância com as secretarias municipais de educação e de segurança pública, de palestras sobre a importância da vida humana, proferidas pelos professores de filosofia e sociologia, visando conscientizar os alunos sobre a violência e como reagir, nos termos legais, perante situações que lhes ofereçam riscos, para que através da educação o panorama da violência se reverta, pois assim como afirmado por Jean Paul Sartre "A violência, seja qual for a maneira que ela se manifeste, é sempre uma derrota".