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Enviada em: 14/06/2019

O próprio galho de flores   No documentário brasileiro mundialmente premiado “Ilha das Flores" é narrado como, de forma compulsiva, o comportamento consumista amplia o patamar de lixo existente no planeta Terra. Fora das telas, é fato que o consumismo exacerbado acarreta problemas no que tange o descarte de resíduos: o ser humano deprime o espaço em que vive para obedecer a lógica do capital. Desse modo, a problemática do lixo nas sociedades modernas é inconcebível e merece um olhar mais crítico de enfrentamento.     Nesse contexto, é importante entender como o modelo capitalista de consumo corrobora para a ampliação desenfreada do contingente residual humano. De acordo com o sociólogo Karl Marx, o capitalismo molda padrões de consumo alienado, nos quais o individuo deseja sempre os modelos de primeira linha e acaba descartando os que já estão ultrapassados ou que não atendem as expectativas ansiadas pelos compradores. Dessa maneira, o descarte do “imprestável” – assim como mostrado em “Ilha das Flores” – alimenta os lixões a céu aberto, auxiliando a ampliar as desigualdades entre os que se aproveitam do que os outros descartam e as classes que obedecem a lógica do capital.    Por conseguinte, é inconcebível aceitar que o panorama supracitado é maléfico apenas aos menos abastados. Dessa forma, é válido ressaltar a máxima do bacteriologista alemão Paul Ehireh, que afirma que a humanidade está cortando o próprio galho onde está sentada. Desse modo, os próprios indivíduos que consomem de forma desenfreada mitigam os recursos naturais imprescindíveis à sobrevivência humana, já que, para alimentar a máquina do capitalismo, são extirpadas, de maneira violenta, diversas matérias-primas, essas que, inevitavelmente, se esgotarão com a persistência de tal prática.     Destarte, é mister que medidas sejam tomadas para dirimir essa problemática. Para tanto, é urgente que o Ministério da Educação e Cultura (MEC) crie uma matéria chamada “Sustentabilidade”, por meio da qual os indivíduos - desde a primeira fase escolar - aprendam a necessidade de se preservar os recursos naturais, detalhando, entre outras coisas, modos de consumo mais conscientes e menos alienados. Apenas dessa forma, é concebível um mundo que exalte a permanência da vida humana digna e igualitária à todas as classes e gerações.