Materiais:
Enviada em: 16/06/2019

"É necessário fazer uma análise histórica para a realização da compreensão de um povo". A partir da observação do antropólogo Franz Boas, desprende-se que, na contemporaneidade brasileira ainda são vigentes sérios infortúnios, como o lixo e a sociedade de consumo. Com isso, surge tal problemática que persiste intrinsecamente na realidade do país, seja pelo consumo desenfreado, seja pelo descarte inadequado do lixo.       Em primeira análise, é válido salientar como o ato de compra não leva mais em consideração as nossas necessidades. Com os acontecimentos da Revolução Industrial, tivemos a modernização dos processos de produção, e a potenciação das vendas em massa, nas quais acarretaram um engrandecimento da quantidade de lixo e uma diversificação na sua composição. Dessa maneira, é o ciclo característico do sistema capitalista. Assim, a globalização trás consigo, além de ofertas de créditos para compras, a mídia como fonte de manipulação para a sociedade de consumo. Dessa forma, cria-se uma certa depressão por não conseguir manter determinado padrão de consumo, com isso precisa-se de mais poder aquisitivo, e isso significa mais trabalho, e mais lixo, e por consequência menos tempo para organizar os seus resíduos sólidos.       Sob essa perspectiva, é notável o excesso de dejetos resultantes do descarte inadequado do lixo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), diariamente são descartados 240 mil toneladas de lixo no Brasil, dos quais mais de 70% tem como destino aterros sanitários. A maior parte dos 30% de resíduos restantes também não é destinada de forma correta, sendo descartada em terrenos abertos, córregos, rios e até áreas florestais próximas de centros urbanos, por serem meios de baixo custo comparados à outras alternativas. Consequentemente, a proliferação de animais e insetos, vetores de doenças, como também produção de gases e substâncias nocivas como o chorume; desperdícios de materiais reutilizáveis; além da contaminação dos lençóis freáticos.       É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem a construção de um mundo melhor. Destarte, o Ministério do Meio Ambiente, por meio dos poderes municipais, promover o tratamento e destinação correta dos resíduos sólidos, como a coleta de matérias orgânicos reaproveitados para agricultura; segregação de materiais que podem ser reaproveitados e utilizados para reciclagem, além de ser uma fonte de renda e inclusão social para catadores de materiais reciclados. Ademais, é necessário que os consumidores reflitam um pouco mais sobre o consumo irracional e a obtenção de certos produtos sem necessidade, fora ainda a coleta seletiva, como papeis, latas e vidros para facilitar o reaproveitamento.