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Enviada em: 17/06/2019

Desde o final do século XVIII com o início da Revolução Industrial, a sociedade começou a mudar a sua percepção sobre os bens materiais e sobre a forma de consumi-los. Esta nova visão em conjunto com o fortalecimento do capitalismo e das relações comerciais, alavancou a criação de uma mentalidade consumista, que atingiu inicialmente a Inglaterra e se espalhou por diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. Apesar do consumo ser algo necessário para sanar as necessidades básicas do ser humano na sociedade contemporânea, é inegável que sua prática de forma descontrolada traz diversos malefícios como o acúmulo de lixo e a degradação ambiental.   Em princípio, é importante lembrar que se houvesse a prática de consumo de maneira responsável, a quantidade de lixo gerada e a poluição oriunda dele seriam mínimas. Segundo o filósofo Zygmunt Bauman, a sociedade moderna é definida como uma sociedade líquida onde ocorrem diversas mudanças diariamente, reduzindo as possibilidades de criação de vínculos mais duradouros. Este pensamento vale tanto para as relações sociais, como também para as materiais. Hoje, o consumo desenfreado é muito influenciado pelas inovações tecnológicas constantes e tendências de consumo difundidas pelos canais de comunicação, o que leva as pessoas a buscarem sempre um produto novo, descartando, muitas vezes de forma incorreta, outros produtos que ainda conseguiriam cumprir seu papel de forma satisfatória.  O contínuo descarte destes produtos contribui para o aumento descontrolado do lixo nas cidades brasileiras. Segundo o filósofo Hans Jonas, o homem deve sempre agir seguindo uma ética de responsabilidade, pensando sempre na preservação ambiental e no equilíbrio entre o ser humano e a natureza. No entanto, as ações de consumo irresponsável do homem moderno aliadas ao permanente acúmulo de lixo, sem que haja uma forma de reciclagem adequada, geram diversos problemas ambientais que destroem esse equilíbrio, como a destruição da fauna e flora para criação de novos locais para descarte dos produtos e a contaminação da água e do solo por metais pesados.   Portanto, para que se minimizem os problemas ambientais decorrentes da abundância de lixo no Brasil, urge que o Estado, por meio do envio de verbas ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), promova a criação de campanhas publicitárias que possam conscientizar a população brasileira a praticar técnicas de reciclagem e o consumo de forma mais responsável. Somente assim, será possível amenizar essa mentalidade consumista iniciada na Revolução Industrial, diminuindo a quantidade de lixo produzida e, deste modo, como disse Hans Jonas, o homem poderá viver em equilíbrio com a natureza e garantir uma futuro para as próximas gerações.