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Enviada em: 19/06/2019

Em 1948, a Organização das Nações Unidas (ONU) implantou a Declaração Universal dos Direitos Humanos que objetiva, entre outras coisas, assegurar o direito à saúde, à dignidade e ao bem-estar social a todos. Entretanto, percebe-se que esses direitos são feridos, uma vez que o aumento da sociedade de consumo no Brasil, com o consequente descarte excessivo, tem ampliado a produção de lixo no país e ocasionado problemas à população em geral. Isso porque, além do despreparo por parte do Governo, há também uma má formação socioeducacional em decorrência de uma inobservância não só escolar mas também familiar.       Aponta-se, a princípio, que o serviço de qualidade em relação à coleta de lixos não é uma realidade a todos os brasileiros, sendo um marcador das disparidades e do abismo social que se faz presente. Além disso, há muitas irregularidades no que tange ao descarte dos resíduos, muitas vezes depositados em aterros onde não há o suporte necessário ao correto manejo e dessa forma prejudica o solo, o ar e até mesmo o lençol freático. Isso decorre do despreparo do Estado, pois com o êxodo rural após a década de 1960 e a crescente urbanização, houve não só a falta de planejamento urbano como também a marginalização dos cidadãos carentes, com a favelização.        Somado a isso, destaca-se que o aumento do volume de lixo é consequência direta do consumo desenfreado da sociedade atual, proporcionado pela defasagem de senso crítico da mesma. Isso porque a escola carece - em seus anos iniciais - de disciplinas que visem proporcionar aos alunos a capacidade de questionar suas próprias decisões e agir racionalmente. Aliado a isso, percebe-se que os pais, na maior parte dos casos, não auxiliam seus filhos na reflexão e no questionamento de suas atitudes consumistas. Desse modo, os indivíduos acabam manipulados por propagandas e levados a consumir cada vez mais, agravando a problemática.       Infere-se, portanto, que no intuito de amenizar o problema do lixo em questão no Brasil, o Poder Executivo, em consonância com o Ministério do Planejamento, deve regularizar e fiscalizar os aterros sanitários de modo a enquadrarem-se nas normas da ABNT, para que não haja poluição dos recursos naturais, e estender o acesso ao serviço de coleta a todos os brasileiros - de modo a assegurar os direitos de 1948. Outrossim, o Ministério da Educação deve implantar as disciplinas de Sociologia e Filosofia na grade curricular do ensino fundamental II, na demanda de auxiliar na construção do senso crítico e da formação cidadã, e promover palestras sobre o consumismo exacerbado e seus desdobramentos para a sociedade, destinado tanto aos alunos quanto aos pais, com objetivos de amenizar o quadro atual.