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Enviada em: 03/07/2019

Gestão e sustentabilidade       Segundo um relatório da ONG WWF, defensora da causa ambientalista no mundo, o Brasil é o 4º maior produtor de lixo no planeta. No entanto, o país não consegue gerir adequadamente toda essa quantidade de resíduos, o que agrava o problema da poluição ambiental. Deve-se destacar, ainda, que grande parte do lixo gerado poderia ser melhor aproveitada se não fosse o comportamento irresponsável da sociedade brasileira.       O Brasil se destaca mundialmente pela sua alta produção de gêneros alimentícios. Uma vez que há grande quantidade de alimento disponível, a população vive uma "cultura da fartura" e não dá o devido valor à comida. Consequentemente, o desperdício é muito alto, o que aumenta, e muito, a geração de lixo no país. De acordo com a Embrapa, órgão governamental de pesquisa agropecuária, aproximadamente 40 mil toneladas de alimento são desperdiçadas por dia no país, reflexo direto da falta de consciência e do consumismo desenfreado dos indivíduos.       Esse hábito negativo de consumo ajuda a sobrecarregar o precário sistema de tratamento de lixo brasileiro. Nos últimos anos, segundo a Abrelpe, organização de pesquisa sobre resíduos, a produção de lixo aumentou 29% no país. Entretanto, o Estado não acompanhou esse crescimento, e a ausência de políticas que visem tornar a gestão de resíduos mais eficiente, como o investimento em coleta seletiva, fez com que, hodiernamente, mais de 40% do lixo produzido vá parar em lixões — locais sem as mínimas condições de recebê-los. Tal situação agrava a poluição do solo e dos recursos hídricos, configurando-se, assim, um grave problema ambiental.       Destarte, para solucionar a questão do lixo no Brasil, o Ministério do Meio Ambiente deve se inspirar na Alemanha, referência em gestão de resíduos no mundo, e tomar duas medidas: investir na construção de aterros sanitários, com o intuito de diminuir a poluição ambiental, e criar uma lei que obrigue a colocação de lixeiras padronizadas nas residências, de modo a facilitar a coleta seletiva e a reciclagem de materiais. Concomitantemente, o Ministério da Educação deve criar uma parceria com a ONG Akatu, para ampliar o projeto Edukatu — que realiza em escolas atividades que incentivam o consumo consciente e sustentável — a todas as escolas públicas do país, o que irá mudar o hábito de desperdício da sociedade, garantindo, futuramente, um maior equilíbrio no consumo de recursos e uma redução na geração de lixo.