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Enviada em: 28/06/2019

O consumo pode ser definido como o ato de comprar levando em consideração as nossas necessidades. Porém, essa definição tem seu sentido distorcido na realidade brasileira: o país tem uma grande quantidade de pessoas que compram por impulso e compulsão, e assim, contribuem para o aumento do lixo descartado. Sendo assim, é necessário que essa prática seja combatida, tanto por causar problemas à saúde individual, como por abusar do meio ambiente.       Em relação ao primeiro viés, cabe destacar que todo o lixo descartado terá algum impacto na saúde humana. Para elucidar essa ideia, é possível pontuar o que fala o filósofo David Hume: toda ação no passado apresentará consequências mecânicas no presente. Ou seja, os resíduos despejados dez anos atrás acarretam em obstáculos ao bem-estar individual. Infelizmente, esses problemas tenderão a ocorrer mais, sua causa pode ser exemplificada por uma pesquisa feita pelo Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) a qual revelou que cerca de 3 em cada 10 consumidores no Brasil consideram as compras como tipo de lazer favorito. Logo, com uma alta taxa de consumismo o produto passa a ser parte da vida do indivíduo, o que gera problema psicológicos como depressão e ansiedade, além dos problemas causados pelo aumento da quantidade de despejos: problemas respiratórios, doenças bacterianas, verminoses, e ainda a proliferação de mosquitos e larvas.       No que concerne ao segundo ponto, é relevante discutir o quanto essas mudanças na realidade de consumo afetam o meio ambiente. Para compreender esse aspecto, vale recorrer ao que diz o filósofo brasileiro Leonardo Boff. Consoante o pensador, existem princípios capazes de garantir uma existência boa na terra, sendo um deles a responsabilidade universal, por meio da qual o ser humano dá-se conta das consequências - benéficas ou funestas - de suas ações. Todavia, distraídos pelo consumo arbitrário, os cidadãos estão esquecendo desse compromisso, como atesta o Instituto Akatu em pesquisa: a ONG divulgou que, entre os entrevistados, 76% não praticam consumo consciente. Portanto, caso não repensada, uma conjuntura como essa, onde impera apenas o desejo imediatista, desconsiderando suas repercussões, certamente, não conseguirá produzir um meio sustentável.       Em suma, é urgente pensar em uma maneira de enfrentar a problemática. Para isso, a mídia deve trazer o assunto à tona com mais regularidade ara, ao menos, incitar uma reflexão por parte dos espectadores. Isso pode ser feito por meio da própria programação, como reportagens nos jornais, filmes sobre o assunto e até menção ao problema em novelas e série. Isso sendo feito, consequentemente, com a finalidade de construir novos paradigmas sociais, mais profícuos ao homem e ao planeta.