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Enviada em: 08/07/2019

Na animação cinematográfica "Wall-E", a Terra é retratada como um lugar desabitado, em função da exorbitante quantidade de lixo acumulado nesse planeta. Fora da ficção, é fato que a sociedade brasileira caminha para um futuro parecido, devido ao descarte negligente e excessivo de produtos, bem como ao consumo exagerado e não consenciente. Logo, urgem ações engajadas com o escopo de modificar essa deletéria conjuntura.       Em primeiro lugar, vale pleitear acerca dos valores éticos e morais da sociedade vigente. Em tempos onde "ter" tornou-se sinônimo de "ser", quanto mais uma pessoa possui, mais cobiça assim, o mercado, ciente da fragilidade e má-formação critica do consumidor, atacá-o massivamente com diversas propagandas indutivas, fazendo-o crer que determinado bem é imprescindível em sua vida.  No entanto, o produto comprado jamais irá satisfazer tal "necessidade", uma vez que, dia após dia, novas e mais modernas mercadorias chegam as prateleiras, e aquelas que, até então então eram ideias, tornam-se obsoletas, sendo substituída por outra com promessa mais conivente, e por outra e outras mais, criando o ciclo vicioso e interminável do consumismo.       Paralelamente, o acumulo de detritos cresce de maneira exponencial. Apesar da existência de serviços públicos de coleta de lixo, ainda encontram-se problemas em relação ao destino final do montante, por razão dos impactos ambientais que causam. Parte é incinerado, liberando para a atmosfera gases de efeitos estufa, outra parcela é destinada aos aterros sanitários e lixões,  acarretando em problemas de saúde pública, facilitando a proliferação de transmissores de doenças, como moscas e ratos, e a poluição do ar, do solo e das águas, por consequência da liberação de gás metano e produção de chorume, ambos resíduos decorrentes do processo de decomposição.       É mister, portanto, que sejam tomadas providências para melhorar o quadro atual. O lixo tornou-se uma questão que excede à capacidade dos órgãos governamentais, sendo assim, é imprescindível que haja sinergia entre o Estado e a população para resolver o impasse em pauta. Em primeiro plano, cabe ao Ministério da Educação estimular o pensamento crítico na sociedade por meio de palestras nas escolas e propagandas em telejornais, evitando a entrada da população no mundo consumista sem um senso consciente pré-formado. Outrossim, o Governo Federal em parceria com as prefeituras deve incentivar a comunidade a separar o lixo e entrega-lo em centrais de reciclagem por meio de um benefício em porcentagem de desconto nos impostos como IPTU. Só assim, o país tornar-se-á mais equilibrado no que tange à relação entre o homem e meio ambiente, a fim de possibilitar um planeta diferente daquele apresentado em "Wall-E".