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Enviada em: 22/08/2019

No documentário "Ilha das Flores", de Jorge Furtado, percebe-se de forma clarividente a correlação entre os hábitos de consumo da sociedade moderna e a quantidade de lixo produzido, bem como as consequências nefastas da negligência sobre o assunto. De fato, esse é um dos atuais problemas do Brasil, uma vez que, nesta nação, há generalizado descaso na gestão de resíduos sólidos e uma evidente falta consciência ambiental       Em primeiro lugar, é de se corroborar as ideias de Gilles Lipovestky sobre o ser humano hipermoderno, especialmente no aspecto de consumo exagerado. Com efeito, ao se analisar a sociedade brasileira, levando-se em conta índices Gini, IDH e outros, é visível as desigualdades sociais, que, com o passar do tempo, convertem-se em vazio existencial. Por isso, o brasileiro tenta suprir essa lacuna adquirindo abusivamente bens materiais; e, assim, a ONU pôde classificar o Brasil como o quinto maior produtor de lixo do mundo. Noutras palavras, hipermoderno: vazio, lixo.       Paralelamente, embora haja preocupação ambiental no artigo 225 da Constituição Federal, o fato é que a nação brasileira é um péssima gestora  dos resíduos sólidos. Há automatismos sociais graves, como, por exemplo, diante da obsolescência do produto, sua destinação natural ser o lixão. Aliás, existe uma desprezível consciência de reaproveitamento  desses produtos (como as redes virtuais de compartilhamento) ou por meio da reutilização em coleta seletiva (como a Asmare de Belo Horizonte).       Portanto, diante do cenário instalado, é necessária a intervenção do Poder Público, sendo certo que o Ministério da Educação e Cultura poderia treinar professores da rede municipal a fim de lecionarem à juventude os princípios da "Pegada Ecológica" dentro das salas de aula (reutilizar, reaproveitar e reciclar materiais). Além disso, o Ministério do Planejamento  deveria estimular, por meio da concessão de benefícios fiscais, cooperativas de seleção de materiais (como vidro, plástico, papel e alumínio). Obviamente, essas soluções gerariam mudanças de paradigmas, possibilitando avanços socioeconômicos e ambientais.