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Enviada em: 02/07/2019

O filme norte-americano Wall-e foi pioneiro ao abordar as consequências da produção excessiva de lixo e a consequente escassez de recursos naturais. O roteiro constrói um futuro no qual o homem é obrigado a abandonar o Planeta Terra, pois suas reservas ecológicas esgotaram-se. Ainda que, a produção cinematográfica seja baseada em certas ficções, atualmente, as cifras de consumo e descarte de materiais são alarmantes. Portanto, torna-se cada vez mais necessário o debate acerca do futuro da humanidade e a manutenção de hábitos consumistas.   É importante salientar, em primeira análise, a atuação do Brasil na magnificação de lixo mundial, visto que, a extensa área territorial torna maiores os desafios de processamento residual. Sobre tal perspectiva, o incentivo ao consumo compulsivo é marca na sociedade contemporânea, onde produtos são desenvolvidos com expensas de recursos naturais e energéticos e descartados irresponsavelmente. Acerca disso, estima-se que menos de 5% do lixo urbano é reciclado, revelando uma carência no desenvolvimento de projetos de incentivo e recolhimento de materiais nos centros urbanos.    A saber, no ano de 2010 foi aprovada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, prevendo-se uma mudança radical na destinação de lixo sólido e passível de reciclagem. Todavia, atualmente, cerca de 60% dos municípios brasileiros ainda descartam o lixo em lixões à céu aberto, mesmo que hajam estudos e indicadores dos efeitos da presença de terrenos de descarte indevido. Além da contaminação do solo e de lençóis freáticos pelo chorume, produto da degradação da matéria orgânica, ainda existe a possibilidade de transmissão e proliferação de doenças. Tendo em vista tais consequências, é inaceitável que o lixo urbano continue a ser despejado nesses locais.     Sendo assim, a produção e o processamento de resíduos plásticos e eletrônicos precisam de ajustes que permitam a manutenção do desenvolvimento sustentável. Tendo em vista o cenário brasileiro, é necessário que o Ministério do Meio Ambiente em conjunto com os governos estaduais, atuem em prol da elaboração de campanhas de educação quanto ao manejo e descarte de materiais. Cita-se como exemplo, o incentivo ao desenvolvimento de projetos e feiras nas escolas públicas e privadas, com o objetivo de conscientizar e estimular jovens estudantes. Além da construção da responsabilidade pós-consumo, é necessário que seja aberto o debate, por meio de programas televisivos, acerca do consumo sustentável pela sociedade civil. Dessa forma, progressivamente, assim como no filme Wall-e, as gerações atuais vão compreender a importância da preservação do meio ambiente.