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Enviada em: 05/07/2019

A animação Wall-e, da Disney, retrata o planeta Terra no ano de 2700, desabitada e servindo como um grande depósito de lixo enquanto os seres humanos se protegem de toda a toxidez do planeta em uma estação espacial e traz aos expectadores uma reflexão acerca da grande produção de lixo. De maneira análoga à ficção, é possível perceber que consumo excessivo e o constante descarte são fatores que contribuem para gerar resíduos sólidos em grande quantidade no planeta, o que traz efeitos negativos tanto para o meio ambiente quanto para as sociedades.         Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a grande produção de lixo se deve ao incentivo do consumo. Dessa forma, os indivíduos são estimulados a comprar de forma desenfreada e acabam por se desfazer de objetos antigos mas em pleno funcionamento, transformando-os em lixo. No Brasil, esses resíduos sólidos são encaminhados para aterros – sanitários ou controlados e, em algumas regiões, para lixões, locais cujo planejamento e proteção são inexistentes e que, por lei, deveriam ter sido fechados até 2014, já que o fato de funcionarem a céu aberto e pode gerar efeitos negativos para o meio ambiente, uma vez que o chorume – líquido escuro, ácido e altamente tóxico proveniente do lixo – acaba por contaminar o solo e lençóis freáticos.        Ademais, problemas de ordem de saúde pública também surgem como efeito da produção de lixo no Brasil, uma vez que a contaminação do solo, água, lençóis freáticos pode causar doenças quem afetam população e pessoas que trabalham com esses resíduos sólidos – como catadores ou trabalhadores em lixões e aterros. No ano de 2015, por exemplo, segundo a ONG Associação Internacional de Resíduos Sólidos, o Governo brasileiro gastava cerca de 1,5 bilhões com o tratamento de saúde de pessoas que adquiriram doenças por meio da destinação incorreta do lixo. Outrossim, a falta de uma coleta e descarte corretos dos resíduos gera a poluição visual das cidades já que surgem montanhas de lixo, no caso dos lixões, e há a proliferação de diversos insetos.         Fica evidente que os efeitos da produção de lixo no Brasil são negativos e, portanto, a questão deve ser solucionada. Para isso, cabe ao Ministério do Meio Ambiente realizar campanhas e eventos sobre o tema junto às associações de bairros, de modo a tornar a população informada do tamanho do problema e conscientizá- la. Urge, também, que os governos estaduais e municipais, além de fiscalizar e exigir o cumprimento da lei de extinção dos lixões à céu aberto, incentivem e estabeleçam, de fato, novas formas de reciclagem do lixo – objetivo da Política Nacional de Resíduos Sólidos, dessa forma grande parte dos resíduos podem ser reaproveitados e reciclados, o que diminuirá a quantidade de lixo destinado aos aterros sanitários e, ainda, gerará renda aos catadores de lixo e às cooperativas.