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Enviada em: 10/07/2019

O Brasil produz em média duzentas e quarenta mil toneladas de lixo por dia, desse volume apenas dois porcento é reciclado e cinquenta e três porcento é despejado em aterros sanitários a céu aberto, liberando chorume e gás metano no meio ambiente o que causa poluição do ar, solo e rios. Com isso, fica evidente que a sociedade brasileira tem que ser alertada para os perigos de continuar vivendo com as mesmas práticas de consumo, sem o descarte responsável e adequado do lixo produzido.       Segundo dados do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), quarenta e seis porcento das compras feitas diariamente são por impulso, sendo que as Classes Sociais A e B consomem normalmente para "aliviar o estresse" e as Classes Sociais C e D consomem principalmente para "se posicionarem perante a sociedade como se pertencessem a um nível mais elevado".        Percebe-se, que em ambos os casos não há preocupação com o que está sendo comprado do ponto de vista utilitário, mas sim de um bem estar emocional momentâneo. Segundo o filósofo Zygmunt Bauman esta é uma das características da sociedade atual que tornou-se imediatista, insaciável, líquida e todo esse caos emocional à leva ao caos social e ambiental, uma vez que para  suprir a demanda do consumismo cultural, florestas são desmatadas para a produção ao mesmo tempo que o meio ambiente é poluído no descarte de objetos, que tem vida útil reduzida normalmente por ter sido suplantado por um item semelhante porém mais moderno.        Para equilibrar essa equação será necessário um intenso trabalho do governo em conjunto com a sociedade. A priori o governo deve acabar com os aterros sanitários a céu aberto, visando diminuir a poluição ambiental já citada, ao mesmo tempo, conceder incentivos fiscais às empresas de reciclagem para que consigam aumentar sua atuação elevando o percentual dos reciclados nos próximos anos. Dessa forma, reduziriam-se as taxas de emissões de gases tóxicos na natureza.       Para conscientizar a população, o Governo deve fazer campanhas institucionais veiculadas em televisão em horário nobre e também em redes sociais, que a impactem através da metalinguagem sobre os danos causados pelo consumo desenfreado e descarte inadequado dos objetos do cotidiano. Bem como fazer campanhas nas escolas que conscientizem sobre o lixo gerado e incentivem a reciclar os objetos que hoje são descartados sem critérios, tornado essas escolas em pontos de coleta da comunidade ao redor. Por fim, incluir na grade escolar acompanhamento psicoterapêutico a todos os alunos a fim de que aprendam a lidar com seus sentimentos de forma saudável, evitando no futuro alimentar o consumismo que dá sensação passageira de felicidade e revertendo a longo prazo a cultura de consumo que é tão prejudicial ao organismo social e à natureza.