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Enviada em: 08/07/2019

Segundo Karl Marx, o homem, na sociedade capitalista, não é o que pensa, mas o que tem e produz.Nesse sentido, o ser sem ter, aspecto sociocultural marcante na identidade brasileira, contribui para dois problemas existentes no século XXI: o consumismo e o lixo, ambos frutos da tendência individual humana em se colocar em primeiro plano para atender o querer vigente.Se por um lado a produção demasiada de lixo é nociva em diversos pontos, por outro, o consumo exacerbado possui uma explicação e a auxilia. Antes de tudo, é necessário salientar que, para o brasileiro comum, o problema do lixo nos centros urbanos é originado devido à ausência da coleta deste e à desatenção dos lixeiros em recolhê-lo.Tal adversidade não está somente atrelada à ineficiência da máquina pública, mas também à produção excessiva de resíduos e à constante dificuldade de encontrar aterros específicos para cada tipo de lixo.Isso ocorre, principalmente, graças ao processo de globalização, pois tal fenômeno torna os diversos produtos demasiado baratos, gerando, como consequência, a dificultação de se planejar uma estratégia para o armazenamento do lixo.Os danos ambientais, como a poluição de cursos hídricos e de solos, a destruição de ecossistemas etc., e sociais, por exemplo, a proliferação da dengue, são exemplos dessa realidade.Se tal panorama não mudar, a situação apenas piorará. Além disso, o anseio exagerado em consumir tem raízes e consequências.De acordo com a psicanálise, o homem na infância é o centro das atenções, sendo este tratado como um nobre.Com o seu crescimento, ele passa a ser mais um na multidão, perdendo sua "nobreza" e tornando-se um relés mortal.Como qualquer ser vivo, possui suas necessidades existenciais.Tais quereres serão explorados pelo mercado, o qual o examinará e o oferecerá modos de relembrar sentimentos do seu império que fora perdido com o tempo.Dessa forma, o indivíduo adulto terá, num mundo cada vez mais guiado por fatores econômicos, em suas mãos benesses compráveis, porém, se tal obtenção for exagerada, ele sofrerá, porventura, danos mentais, como a oneomania, e ambientais, por exemplo, os já citados.Tais fatos mostram como o mercado pode se aproveitar de uma fraqueza existencial. Fica notório que, em suma, para resolver esse problema será inevitável uma série de medidas coordenadas pelo Estado e pelas instituições ligadas a ele.Para isso, será preciso que o governo intensifique campanhas de conscientização nas escolas e nos meios de comunicação sobre tais problemas mencionados.A fim de que isso ocorra, o aumento temporário da carga tributária dos mais abastados será fundamental para se ter um montante financeiro para tal política pública.Com isso, cidadãos porvires serão mais conscientizados e poderão se defender dos abusos mercadológicos.