Enviada em: 19/08/2019

Em "Blade Runner", clássico do cinema, é retratado o futuro distópico em que os avanços tecnológicos não foram capazes de impedir que o planeta colapsa-se em poluição decorrente do consumo excessivo, obrigando à humanidade a colonizar outros planetas. Embora trate-se de uma ficção, o Brasil tem caminhado em direção deste cenário, pois como no filme, o consumismo dos brasileiros têm resultado em impactos ambientais irreversíveis, encurtando a distancia entre a realidade e a ficção.  A priori, cabe analisar o fenômeno do consumo desenfreado, sob a ótica do sociólogo Guy Debord. Segundo o autor, a sociedade do espetáculo é a dominação das relações sociais mediadas pela imagem. Nesse contexto, o consumo torna-se o mecanismo que estabelece as relações entre os indivíduos, que perseguem padrões estéticos inalcançáveis construídos pelos aparelhos midiáticos em função do capitalismo.  Verifica-se, assim, o impacto da mídia no fomento do consumismo, corroborando com a ideia de que a imagem precede a existência como em "Blade Runner".  É indubitável que o consumo é o principal motor econômico do Estado. Contudo, a precariedade dos aparelhos de fiscalização ambiental tornam o desenvolvimento antagonista do meio ambiente, já que para suprir o mercado, é necessário a exploração massiva dos recursos naturais, principal causa dos impactos ambientais. Dessa maneira, é necessário que o governo e as empresas conciliem medidas que desagravem os danos causados pelo descarte inadequado dos rejeitos industriais.  Portanto, para mitigar os impactos no meio ambiente decorrente do consumismo, faz-se necessário uma coalizão formada pelo Ministério Público, Ministério da Educação e ONGs engajadas na preservação da natureza, o desenvolvimento de políticas públicas obrigatórias em todas as escolas do território nacional com a inclusão de aulas que eduquem a sociedade ao consumo responsável e alertem para os impactos ambientais que o abuso dessa prática produz para o planeta, para que a distopia ficcional em "Blade Runner" não se torne realidade no Brasil.