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Enviada em: 20/07/2019

No segundo episódio da trilogia "Star Wars", o roteirista George Lucas retratou uma das fugas mais engenhosas do cinema: para escapar de Darth Vader, Han Solo esconde a nave Millenium Falcom em uma pilha monumental de lixo espacial, escapando do vilão. Longe da ficção, o destino dos despejos no Brasil é menos distante e mais prejudicial, onde os resíduos - em sua maioria - são descartados de forma errônea, prejudicando o meio ambiente e a saúde das pessoas, principalmente devido a liquidez da sociedade moderna e aos maus hábitos dos consumidores. Logo, ações devem ser realizadas para que uma sociedade mais consciente e sustentável seja alcançada.       Inicialmente, um entrave para a resolução do problema é a liquidez que envolve as sociedades na modernidade. O pensamento do filósofo polonês Zygmunt Bauman, que afirma que as pessoas estariam vivendo em tempos líquidos, em que nada é feito para durar, cabe perfeitamente no contexto, uma vez que a liquidez observada, serviria tanto para as relações pessoais, como para os produtos, que já saem das fábricas destinados a se tornarem obsoletos e virarem lixo em pouco tempo. Dessa forma, além das empresas provocarem um consumismo maior por parte dos clientes, e um lucro para as corporações, colaboram para o aumento do lixo, que em sua maioria, é descartado incorretamente. Segundo  o jornal "O Globo", mais de 50% das cidades brasileiras descartam o lixo de maneira errada. Tais dados expressam a gravidade do problema, que já é considerado um dos maiores do século XXI.       Além disso, outra adversidade enfrentada é a postura dos consumidores em relação à problemática. Hodiernamente, a famosa frase do filósofo Descartes "Penso, logo existo", poderia ser substituída por outra para expressar a sociedade brasileira: "Compro, logo existo", uma vez que grande parte da população possui hábitos de consumo exagerados, que desconsidera desperdícios desnecessários. Sendo assim, atrelados com o desconhecimento da população sobre o descarte adequado, os hábitos de consumo se tornam o principal impulsionador do problema, que já atinge números alarmantes.    Destarte, é mister que medidas sejam tomadas para que os índices de lixo descartado incorretamente no Brasil caiam. Para isso, o Governo Federal, em parceria com a Organização das Nações Unidas, deve desenvolver leis que estabeleçam uma durabilidade mínima para cada tipo de produto, por meio da contratação de profissionais jurídicos especializados na área para a elaboração das mesmas, de maneira a obrigar as empresas a acabarem com a obsolescência, sendo sujeitas a multas gradativas caso os parâmetros ao sejam seguidos, aumentando a durabilidade dos produtos brasileiros e diminuindo o consumismo e o lixo. Em adição, o Estado deve elaborar campanhas de conscientização da população sobre o consumo e o descarte correto, de maneira a alterar a situação atual.