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Enviada em: 22/07/2019

Com a ascensão do capitalismo no período pós Guerra Fria, no final do século xx, muitos países começaram a desenvolver seus processos produtivos e incentivar o consumismo para dinamizar o mercado interno. No Brasil, esse cenário foi construído paralelamente ao crescimento do poder aquisitivo da população. Entretanto, um dos principais problemas desencadeados foi o aumento excessivo de lixo. A esse respeito, nos dias atuais, essa problemática tem-se tornado ainda mais expressiva devido à manipulação comportamental da publicidade industrial e pela má gestão dos resíduos sólidos no país. Logo, faz-se necessário uma reflexão crítica sobre o tema.   A princípio, é importante ressaltar que a mídia ligada à industria está diretamente relacionada à geração demasiada de lixo no Brasil. Esse fato é justificado pois, segundo o sociólogo Zigmunt Bauman, o mercado produtivo induz ao consumidor noções deturpadas de necessidade, que gera a elevação de consumo dentro da sociedade. Em consequência disso, há um aumento na produção de resíduos sólidos, reflexo da compra irracional de artigos oriundos da manipulação midiática. Somado a isso, muitas fábricas utilizam a obsolescência programada para elevar seus lucros por meio da criação de produtos tecnológicos com duração predefinida para estimular a aquisição de versões atuais. Assim, há o descarte prematuro de equipamentos e, consequentemente, o aumento do lixo.   Outrossim, é válido pontuar que esse volume de lixo produzido não é acompanhado de políticas públicas de tratamento adequado dos dejetos. Nesse sentido, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), os municípios brasileiros coletaram em 2016 91% de lixo urbano, mas enviaram quase metade dos resíduos para aterros e lixões de baixa segurança. Dessa forma, percebe-se uma ineficiência da gestão pública no que tange o tratamento dos detritos. Essa situação, somada à produção exagerada da população tem gerado sérios problemas ao meio ambiente, com a contaminação de rios e nascentes e a saúde das pessoas que se encontram próximas aos locais de descarte de insumos, como é o caso do aumento de doenças patológicas.   Portanto, é fundamental que as prefeituras municipais aprimorem os processos de controle do lixo. Isso pode ser feito por meio da substituição de lixões por aterros sanitários e da realização de campanhas nos bairros sobre a participação popular na atenuação da problemática, com o descarte correto dos resíduos sólidos, por exemplo. Com essa ação, será possível minimizar os problemas relacionados ao lixo, como as doenças patológicas e a contaminação dos rios e mananciais. Ademais, o  terceiro setor deve divulgar pelos diversos meios de comunicação as questões referentes ao consumo irracional, para que as pessoas se conscientizem sobre os danos desse tema na sociedade.