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Enviada em: 27/07/2019

De acordo com o vencedor do prêmio Nobel de Literatura José Saramago, "Há uma cultura de banalização. Tudo é banal, tudo está sujeito ao consumo". Através dessa perspectiva, nota-se uma tendência cultural, intensificada pela globalização, de classificar produtos que ainda poderiam ser utilizados como obsoletos, estimulando o consumismo e gerando lixo que, muitas vezes, não são descartados de maneira correta no Brasil.        A princípio, cabe analisar a influência que o consumismo tem na produção de lixo. Os consumidores são estimulados, através de propagandas, a terem algo novo, tornando os produtos antiquados rapidamente, e criando a necessidade imaginária de se satisfazer através da obtenção de um produto novo e descarte do antigo. Na animação "Wall-E" há a representação de uma Terra inóspita, entulhada de lixo, na qual a vida humana na terra se torna inviável, restando apenas uma barata, entre toda biodiversidade que existia na Terra. Fora da ficção, os efeitos do excesso de lixo não se diferem da trama, pois não são separados entre recicláveis e orgânicos e geram chorume- líquido poluente originado pela decomposição de resíduos orgânicos, que interferem diretamente na biodiversidade.        Outrossim, é imperativo pontuar os efeitos que essa exacerbada quantidade de lixo pode nos causar. A educação sócio-cultural, que deveria ser ensinada para a população sobre a importância da separação de lixo, não é feita. Assim, os lixos oriundos de diversos locais, como os lixos domésticos ou industriais têm o mesmo destino: os lixões. Ademais, de acordo com o G1, o Brasil despeja 30 milhões de toneladas de lixo por ano de forma inadequada. Esse ambiente é suscetível à propagação de diversos vetores de doenças, tornando-se uma ameaça constante, principalmente para a população local.        Destarte, são necessárias medidas que atenuem o consumismo e direcione os lixos produzidos pela população a um descarte apropriado. Cabe ao poder público de cada município realizar incentivos fiscais às empresas de reciclagem para que seja possível o maior reaproveitamento de materiais recicláveis, bem como a contribuição da população ao evitar o consumismo e fazer a separação correta do lixo. Além disso, é necessário que o Ministério do Meio Ambiente crie projetos de substituição dos lixões em aterros controlados, para diminuir a contaminação do solo e da água pelo chorume, evitando a perda da biodiversidade. Desse modo, não viveremos um Brasil análogo à trama "Wall-E".