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Enviada em: 06/08/2019

"A Caixa de Pandora", no imaginário grego, é um mito que descreve uma caixa, a qual estavam contidos vários males físicos e espirituais que poderiam acometer o homem, que ao ser aberta libertaria-os para o mundo. De maneira análoga, sobretudo no Brasil, vê-se a questão do lixo e da sociedade de consumo como um mal a ser combatido na contemporaneidade. Nesse sentido, observa-se a inoperância do Estado quanto ao controle e descarte adequado do lixo, somado à postura indiferente dos indivíduos frente a produção desenfreada de resíduos.   Em primeira análise, nota-se o descaso governamental em realizar planos de coleta seletiva e gerenciamento de resíduos domésticos.  De acordo com a Magna Carta de 1988, em seu artigo 225, todo cidadão tem o direito a um ambiente ecologicamente preservado e equilibrado. Contudo, a prática deturpa a teoria, devido à falta de investimentos em programas de tratamento de lixo e do devido manejo e separação do material a ser reciclado, o que leva ao subaproveitamento da matéria prima potencialmente reciclável e um acúmulo de materiais descartados em lugares inadequados. Dessa forma, é indubitável a atuação letárgica do Poder Público no funcionamento da máquina pública no âmbito ambiental.    Por outro ângulo, percebe-se a indiferença social no que se refere ao consumo consciente e a preservação do meio ambiente. Segundo o sociólogo francês Pierre Bourdieu, em sua Teoria do Habitus, o corpo social possui padrões que são impostos, naturalizados e , posteriormente, reproduzidos. Sob este viés, pode- se verificar a aplicação desse princípio no contexto brasileiro, uma vez que o consumismo mostra-se extremamente instalado no meio, provocando uma elevação exagerado na produção de lixo, fato determinante para a poluição do ambiente e da proliferação de doenças. Destarte, medidas enérgicas são necessárias para alterar a reprodução, prevista pro Bourdieu.    Nesse cenário, é vital a mudança do quadro fragilizado do lixo no Brasil. Logo, o Estado, na figura do Poder Legislativo, deve criar e ampliar leis existentes para o combate ao despejo indiscriminado dos rejeitos -haja vista a manutenção da ordem atribuída ao Legislativo- por meio de projetos de Lei e ementas votadas na Câmara dos Deputados, com o fito de proporcionar um meio ambiente sustentável e organizado, garantindo o que é previsto em Lei. Ao mesmo tempo, cabe as Prefeituras e ONG's a realização de campanhas publicitárias e palestras, no meio midiático, com o intuito de alertar a população sobre os males do consumismo e do aumento da produção de lixo. Assim, a mitologia imitaria a realidade apenas nos livros de história.