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Enviada em: 08/08/2019

O empresário estadunidense, Alfred Sloan, sentenciou: um produto que se recusa a desgastar é uma tragédia para os negócios. Todavia, cabe acrescentar que o descarte destes produtos pode ser uma tragédia para o meio ambiente, principalmente com o incentivo da indústria para o consumo desenfreado, o qual resulta em uma grande geração de lixo . Nesse contexto, a problemática no Brasil intensifica-se pela deficiente administração governamental, o que clarifica a necessidade de mudança não apenas na população.    Primeiramente, percebe-se que as indústrias são fomentadoras da produção de resíduos diretamente, mais do que a população brasileira tenha consciência. Quase 100 anos após a invenção da obsolescência programada, o prazo para que o produto se torne sem utilidade, criada pelo supracitado Sloan, o método se reinventou para não apenas diminuir a vida útil do produto. No contexto hodierno,  propagandas e demais mídias incutem no público a falsa necessidade de comprar  antes mesmo que seus objetos estejam desgastados. Dessa forma, mais coisas são descartadas, as quais fazem o Brasil ser o 5º maior produtor de lixo do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas, e essa posição é acompanhada pela grave poluição atmosférica, aquífera, terrestre e proliferação de doenças.    Outrossim, essas problemáticas são agravadas pela inabilidade estatal no trato com o lixo. Por exemplo, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, estabelece a adoção de aterros sanitários- menos prejudiciais à natureza e à população- e o fechamento de todos os lixões do país até 2014, entretanto, ainda em 2019 o projeto não foi concretizado. Outra manifesta indiferença está na coleta seletiva, a qual apenas 19% dos municípios possuem, conforme o Compromisso Empresarial para Reciclagem. Assim,somado aos transtornos ambientais, o potencial econômico do lixo não é aproveitado.     Portanto, cabe às escolas criarem aulas lúdicas, por meio de parcerias com criadores de conteúdo, mostrando as consequências do consumo exagerado e que as coisas podem ser reutilizadas em vez de descartadas, a fim de que o indivíduo seja levado a um consumo consciente desde a infância. Ademais, os municípios devem adotar aterros compartilhados, dividindo gastos e benefícios do mesmo e , em parcerias com ONGs ambientais, devem estabelecer a coleta seletiva. Assim, a sociedade brasileira poderá ser exemplaridade no consumo e descarte sustentável.