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Enviada em: 15/08/2019

Segundo Michel de Montaigne, filósofo francês, a pior solidão é aquela que se vive a dois. Não distante dessa citação, hodiernamente, é comum encontrar pessoas conectadas à internet em todos os lugares do país, sobretudo nas relações interpessoais, o que configura a solidão digital. Dessa forma, deve-se analisar como a dependência excessiva das redes sociais e a preferência do convívio virtual em detrimento do real influenciam nessa questão.    De início, é indiscutível que o uso da internet em demasia representa um entrave à resolução da problemática. Isso decorre da ilusão presente nesse âmbito, demarcada pela ausência de conflitos e intempéries no cotidiano das pessoas, isto é, os usuários demonstram apenas o que lhes é conveniente. É nessa perspectiva que o filósofo Arthur Schopenhauer compreende que a sociedade, em sua maioria, mostra ao outro somente o lado "perfeito" da sua vida e oculta os pontos negativos, o que traz à tona a moral da aparência. Nesse sentido, verifica-se que, infelizmente, a irrealidade nas redes desperta no outro a ansiedade e autoestima negativa.    Além disso, outra razão para a solidão digital é a mudança das relações interpessoais provocadas pela tecnologia. Nesse contexto, destaca-se a preponderância do diálogo virtual sobre o pessoal, visto que é frequente a ignoração de pessoas em detrimento da atenção aos celulares. De acordo com dados da Universidade Havard, 33% das pessoas preferem o celular do que as pessoas, o que já é considerado uma doença pelos psicanalistas. Dessa forma, nota-se que uma mudança nos valores da sociedade é fundamental para superar as barreiras da solidão digital.    Logo, são necessárias medidas para mudar a questão. Por isso, o Ministério da Educação, sobretudo na voz das escolas, deve agir na contratação de profissionais ligados à psicologia, mediante aumento percentual de investimentos financeiros, com a alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias - os quais serão revestidos em debates e palestras destes com os alunos e educadores - com o intuito de estabelecer limites aos jovens, no que se refere ao tempo e às relações nas redes sociais. Dessa forma, o esteriótipo de que a educação é a principal política social para transformar a sociedade será solidificado no país.