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Enviada em: 20/10/2018

A Carta de Pero Vaz de Caminha foi uma das principais obras da literatura Quinhentista, haja vista seu papel fundamental na construção da identidade nacional, pois presencia-se na carta a descrição dos indígenas e da flora brasileira de 1500. Nesse viés, nota-se a literatura como identidade, criação de senso crítico, conhecimento e progresso social. Apesar disso, na atualidade, os valores invertem-se, visto que a desvalorização da literatura é presente, seja estatal ou civil, e mudanças urgem nesse cenário retrógrado.     Em primeira análise, deve-se salientar que, além da beleza da literatura, o teor de criticidade de algumas obras estimula o senso crítico dos cidadãos, expondo-os a questionamentos e quebras de paradigmas. Exemplo disso, foi a semana de Arte Moderna, de 1922, cujo marco histórico na arte brasileira acarretou na expansão do Modernismo, munido de ideais críticos sobre as mazelas sociais. Apesar disso, o ínfimo investimento estatal em infraestrutura e verbas destinadas ao setor de leitura, permite que o ''analfabetismo literário'' seja progressivo no país. Afinal, de acordo com o site G1, de 2012, apenas 1/2 da população brasileira tem o hábito de ler.     Além disso, vale pontuar a afirmativa do sociólogo Talcott Parsons, de que a família é uma máquina produtora de personalidades. Sob essa ótica, percebe-se que o incentivo à literatura parte do âmbito familiar, que muitas vezes à negligência. Soma-se a isso, o crescimento incontrolável do aparato tecnológico, como computadores e tablets, responsáveis pelo abandono dos cidadãos ao hábito de leitura. Logo, desde os adultos, até as crianças, abdica-se da leitura, em prol do entretenimento tecnológico, causando danos irreparáveis na produção de conhecimento cultural, fruto da literatura.     Diante dos fatos supracitados, espera-se a consonância entre União e Ministério da Cultura, tendo em vista o subsídio, mediante arrecadação de impostos, da criação de bibliotecas públicas, no âmbito nacional, proporcionando que o cidadão tenha o estímulo à leitura. Ademais, a mídia, aliada ao Governo, deve investir em campanhas sobre a importância da literatura, tendo em vista a conscientização dos civis sobre a questão.