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Enviada em: 20/06/2017

Literatura: manifesto em forma de arte.   Definir Literatura é tarefa árdua: podemos especular, mas jamais afirmar categoricamente o que ela é. A Literatura está comumente associada à ideia de estética, contudo, nem todo texto literário é capaz de provocar efeito estético ou catarse. A matéria-prima dessa manifestação artística é a palavra, e dela extrai múltiplas acepções, ressignificando-a ao transportá-la para outros níveis, onde a poesia pode ou não residir.    A literatura é uma manifestação artística que usa a palavra como matéria-prima, extraindo dela seus múltiplos significados ou usando-a como instrumento para falar da realidade. A literatura utiliza a língua como um instrumento de comunicação e interação. Não está alheia ao seu papel social, sendo, pois, uma manifestação artística indispensável para a difusão da cultura e para a democratização do conhecimento.   Um escritor é um ser social e, inserido na realidade de um povo, capta situações e sensações, recriando a realidade ou transfigurando-a. A literatura pode ser uma fotografia de seu tempo e servir a uma causa político-ideológica ou a uma luta social, sem jamais se desvincular de seu propósito artístico. Embora esteja irremediavelmente ligada à língua, não está presa a ela: a literatura é livre para subverter regras gramaticais e para conferir plurissignificação às palavras em busca de novos sentidos.      Além do importante papel social, pode também (e jamais deve desvincular-se deste fim) proporcionar prazer ao leitor, resgatando assim a função hedonística que predominava em seus primórdios, conduzindo-o a mundos imaginários capazes de despertar sua sensibilidade. Como qualquer arte, a Literatura não tem o poder de modificar a realidade, mas é capaz de registrá-la e de fazer com que os leitores/ouvintes reavaliem a própria vida e seus comportamentos. Isso significa que a Literatura, ao mesmo tempo que provoca a reflexão, responde a algumas de nossas inquietações por meio de construções simbólicas.   Como diz o escritor peruano Mário Vargas Llosa "ler é libertação, pois nada nos protege melhor da tirania, da estupidez do sectarismo religioso ou político e da ignorância, do que o conhecimento. Nos livros estão registrados toda a consciência da humanidade e é através deles que tornamo-nos humanos mais conscientes".