Enviada em: 21/09/2017

O advento da internet e da tecnologia provocou uma difusão do saber e da informação para grande parcela da população mundial. Assim sendo, os livros e, consequentemente, a literatura, deram lugar aos sons, às imagens e aos vídeos, aspectos característicos de uma sociedade digitalizada. Dessa forma, obras como as de Machado de Assis, Aluísio Azevedo e José de Alencar têm de concorrer com uma plataforma abrangente, democrática, de fácil entendimento e divertida. Além disso, segundo o IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) Inteligência, as regiões brasileiras em que a leitura é menos frequente são as mais desenvolvidas, Sul e Sudeste, e onde o ensino é mais precário, zona Norte.     Primeiramente, alguns fatores são marcantes para o desinteresse de classes mais jovens à literatura. Além dos citados anteriormente, como o som, a imagem e o vídeo, prevalece também as redes sociais juntamente com a sua velocidade de informação, afastando, por conseguinte, possíveis leitores, haja vista que os livros, principalmente os mais antigos, trabalham com uma escrita diferente da recorrente hoje nos tempos de web, marcada pela informalidade e contrastando com leituras lentas e minuciosas de grandes composições deste e dos séculos anteriores. Ademais, pais e professores muitas vezes carecem de soluções para esse problema, criando medidas que, na verdade, distanciam os alunos da compreensão de publicações, como, por exemplo, obrigando-os a lerem exemplares de escritores que não correspondem àquela faixa etária, dificultando o entendimento, a aprendizagem e tendo como consequência uma "leitura traumatizante", ou seja, desviando-os definitivamente do saber literário.        Em segundo lugar, a pesquisa realizada pelo IBOPE evidencia que regiões mais desenvolvidas, onde a presença da tecnologia é constante, leem-se  menos, por motivos já mencionados; demonstra também que o Norte, onde a educação é carente, a análise de textos se faz pouco presente, prejudicando o desenvolvimento dessa área e contribuindo para a continuidade da desigualdade; e as regiões Centro-Oeste e Nordeste mesclam entre o uso tecnológico e a leitura, mesmo sendo abaixo de países considerados desenvolvidos.    Por fim, com o objetivo de se alcançar o papel da literatura na sociedade por completo, faz-se necessário que Governos Estaduais em conjunto com professores ampliem o uso de computadores em sala de aula, demonstrando a possibilidade de conciliação entre educação e internet por meio da criação de aulas específicas para pesquisas sobre autores e suas obras, além de disponibilizá-las de maneira gratuita, a fim de se expandir o conhecimento. Em última análise, os pais também devem promover a leitura em casa, mediante exemplos educativos e acompanhamento escolar. .