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Enviada em: 28/09/2017

“Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê”. A frase exposta foi reproduzida por Monteiro Lobato, autor que influenciou uma geração através de seus livros, principalmente os infantis. A citação evidencia a importância da leitura na formação de valores, tais como o senso crítico e o conhecimento geral. Apesar de ser indubitável esta, percebe-se que a sociedade ainda está longe de ser exemplo no tocante à literatura, seja pela falta de incentivo, seja por imposições.            Em primeiro lugar, vale ressaltar uma das origens da problemática. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar. Nesse contexto, evidencia-se que crianças as quais convivem com responsáveis que não são leitores e/ou não incentivam a prática são afetadas diretamente, pois tendem a seguir o caminho daqueles em decorrência da vida em grupo. Assim, os pequenos buscarão outros meios “mais atrativos” e se afastarão daquilo que é essencial em suas vidas: o hábito da leitura.           Outrossim, as exigências escolares no tocante ao assunto afastam ainda mais muitos jovens do mundo literário. Estes chegam às escolas com pouco ou inexistente costume de ler, em função do histórico familiar supracitado. Dessa forma, a obrigatoriedade de livros – como os de José de Alencar, Machado de Assis e Clarice Lispector – para avaliações “assustam” muitos adolescentes, haja vista a linguagem complexa, e/ou personagens e temáticas incompreensíveis para estes, naquele momento. Consequentemente, cria-se a ideia de que a literatura é difícil e monótona, podendo criar adultos cada vez mais afastados dos livros.            Portanto, medidas são necessárias para solucionar o impasse. Tendo em vista a questão exposta, o Ministério da Cultura, em parceria com a mídia, deve elaborar propagandas a serem transmitidas em TV aberta, com o fito de mostrar aos responsáveis a importância da participação deles na formação sociocultural das crianças, e que atitudes simples – como leituras diárias junto delas – podem ter grande impacto positivo em seus desenvolvimentos. Ademais, o MEC, com o auxílio de professores, deve elaborar cartilhas que contextualizem obras clássicas e que tragam reflexões cotidianas para os jovens, tornando a leitura destas algo concreto, prazeroso e não obrigatória, pois conforme Paulo Freire: “É preciso que a leitura seja um ato de amor”.