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Enviada em: 23/10/2017

Em ‘’A literatura e a formação do homem’’, o sociólogo e professor Antônio Cândido fala sobre a função humanizadora da literatura considerando as suas três funções: a psicológica, a formativa de tipo educacional e a de conhecimento de mundo e de ser. Nesse sentido, ela é indispensável a quem quer que seja, pois contribui não somente com o enriquecimento intelectual e cultural, mas também desenvolve o senso crítico e amplia a visão de sociedade.      Além de ser uma importante fonte de conhecimento, a literatura permite reflexões e auxilia no entendimento dos sentimentos, mesmo quando há apenas uma representação de uma realidade. Em diversas obras são expostas as mais diversas condi- ções humanas e segundo o crítico literário Roland Barthes, as dimensões culturais da literatura são capazes de dar ao indivíduo condições para o seu desenvolvimento. Desse modo, ela contribui para que o homem se transforme e, enquanto sujeito social, transforme também o seu redor.        Ao ser considerado o contexto escolar, a literatura deve ter especial atenção, uma vez que alguns autores, nas mais diversas épocas, levantaram em suas obras discussões sociais que ainda se mantém atuais. A leitura de obras como Vidas Secas, de Graciliano Ramos e Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, permite aos alunos o contato com histórias às vezes até diferentes das suas, mas que, mesmo se tratando de ficções, não deixam de retratar realidades diversas.    É válido destacar que repensar a sociedade e questionar valores foi e continua sendo a preocupação de muitos escritores. No realismo, por exemplo, movimento artístico e cultural que se desenvolveu na metade do século XIX, a abordagem temas sociais permeou muitos escritos. Diversos romances tinham como ponto de partida e de discussão as denúncias sociais, trazendo à tona a realidade dos marginalizados. Buscavam, com isso, retratar a sociedade de maneira mais real, sem idealizações; chamaram a atenção para a necessidade de tratar a todos de maneira igual, sem nenhuma distinção