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Enviada em: 26/03/2018

Consoante o escritor português José Saramago, a literatura, a partir de um conjunto de reflexões e sentimentos, estimula a ação dos indivíduos sob um âmbito global. No Brasil contemporâneo, no entanto, apesar de contribuir para a formação do indivíduo, observa-se que a sociedade lê cada vez menos, seja devido à falta de incentivo, seja a fatores políticos.              Mormente, analisa-se que não há uma total compreensão do papel social e um estímulo à leitura das crianças. Isso porque os pais e responsáveis, diante de um mundo capitalista, dedicam maior tempo ao trabalho e deixam de incentivar o hábito da leitura dos seus filhos. Além disso, muitos professores adotam livros paradidáticos de difícil entendimento, de modo a corroborar para o desinteresse do aluno sobre a literatura. Por conseguinte, assim como defende Bruno Bettelheim no livro "A Psicanálise dos Contos de Fada", os jovens não aprimoram seus processos evolutivos e constroem uma noção equivocada de inutilidade da literatura.              Ademais, nota-se ainda que aspectos econômicos e políticos são catalisadores da problemática. Sob uma ótica meramente histórica, percebe-se que, no final do século XVI, a Igreja Católica estabeleceu uma lista de livros interditados aos fiéis, a fim de combater o avanço protestante e conservar sua ideologia. Com isso, percebe-se que a leitura permite a construção de novas perspectivas e críticas aos sistemas vigentes. Nesse sentido, grande parte das autoridades deixa de investir na educação dos jovens, de forma a garantir seus interesses. Por conseguinte, segundo o jornal EBC, a taxa de alfabetização é menor entre as camadas mais carentes da sociedade.              Urge, portanto, que a literatura é essencial para o desenvolvimento de uma sociedade consciente. Destarte, o Governo, em parceria com o MEC, deve criar uma estrutura abrangente de estímulo à leitura, por meio da inserção de palestras, ministradas por psicólogos e especialistas em educação e destinadas a progenitores, estudantes e professores, sobre a importância da leitura para  a criação do senso crítico, psíquico e cognitivo da criança, bem como promover cursos nas instituições de ensino sobre a administração de livros complexos nas aulas, de modo a instigar o interesse dos adolescentes. Outrossim, o Tribunal de Contas da União deve destinar recursos que, por intermédio de ONGs, será revertido na doação de livros, para democratizar o acesso à leitura. Desse forma, as pessoas se tornarão mais engajadas quanto aos temas sociais, conforme alega Saramago.