Materiais:
Enviada em: 31/07/2019

O ano de 2018 foi marcado, dentre outros acontecimentos, pela greve dos caminhoneiros no Brasil, o que paralisou diversos setores brasileiros e pôs em xeque a discussão da logística insuficiente na matriz de transportes do país. Nesse sentido, é notória a importância da tecnologia no que diz respeito ao papel das startups na mobilidade urbana brasileira, já que possibilitou novas alternativas de locomoção para os brasileiros, apesar de impôr o desafio da integração com o transporte coletivo tradicional. Desse modo, faz-se profícua a ocorrência de mudanças no paradigma estatal para a harmonização da mobilidade urbana no Brasil.     Em primeiro plano, vale ressaltar que há a ausência de um sistema de transporte eficiente nas zonas urbanas brasileiras, haja vista a grande concentração de pessoas devido ao processo desordenado de urbanização. Nessa perspectiva, o surgimento das startups agregam para a minimização dessa problemática, já que buscam a priorização de modos de transportes coletivos e não motorizados, de maneira efetiva, socialmente inclusiva e ecologicamente sustentável. Dessa forma, com base nas premissas do filósofo alemão Jürgen Habermas, o potencial emancipatório da razão comunicacional integra o desenvolvimento social nas cidades sem que haja a insustentabilidade.    Outrossim, o descaso do Estado se caracteriza como um estorvo para a realização efetiva da mobilidade urbana por meio das startups. Sob essa ótica, nota-se a falta de integração dessa busca alternativa de modos de transportes com os tradicionais, uma vez que não há incentivo por parte do poder público em realizar a complementação dos meios de locomoção nas vias urbanas. Isso prejudica a logística dos centros urbanos, bem como o imediatismo e a instantaneidade modernos da sociedade que, de acordo com o filósofo Zygmunt Bauman, se fazem presentes no comportamento das relações interpessoais. Logo, averígua-se a ineficiência estatal em cumprir prerrogativas que garantem a efetivação da mobilidade urbana.     Em suma, o problema na efetivação das startups na mobilidade urbana encontra respaldo no descaso estatal. Urge, portanto, que o Ministério da Infraestrutura, em parceria com as empresas dos aplicativos de startups, criem medidas que integrem, de maneira efetiva, os meios de transportes, por meio da análise da forma de sua utilização, para que a demanda da complementação de meios de locomoção seja suprida e que a ampliação e a democratização do acesso ao espaço urbano sejam proporcionadas. Assim, a matriz de transportes do Brasil será diversificada e episódios como a greve dos caminhoneiros não farão parte da sociedade brasileira.