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Enviada em: 24/09/2019

A Constituição Brasileira, promulgada em 1988, institui diretrizes de desenvolvimento das cidades, dentre elas, a eficiência do transporte urbano. Entretanto, as dificuldades relacionadas à mobilidade urbana no país demonstram a transgressão de tal norma constitucional. Nesse sentido, cabe ponderar a atuação das startups no deslocamento dentro das cidades e os impactos sócioeconômicos de tal panorama. A principio, é importante observar que o estímulo ao transporte individual prejudica a locomoção nas cidades. Nesse viés, a Política Desenvolvimentista, aplicada ao longo do governo de Juscelino Kubitschek, proporcionou o crescimento da indústria automobilística e do rodoviarismo. Contudo, o aumento da frota de veículos particulares e a baixa disponibilidade de transportes alternativos acarreta em consequências negativas, tais como o maior tempo no deslocamento, a elevação da poluição atmosférica e a queda na qualidade de vida do cidadão. Como exemplo disso, os congestionamentos nas principais ruas e avenidas de São Paulo. Desse modo, o comodismo proporcionado pelo automóvel individual dificulta o deslocamento coletivo e piora as condições de uma vida salutar. No entanto, cabe salientar que as inovações tecnológicas podem reverter o cenário de percalços na mobilidade. Nesse âmbito, o sociólogo, Zygmunt Bauman, em sua obra Modernidade Líquida, apresenta as intensas mudanças e a fluidez nas relações que permeiam a sociedade. Ao trazer isso para o contexto da revolução digital, torna-se notório que a introdução de aplicativos voltados para o transporte compartilhado e para o transporte alternativo, como bicicletas e patinetes, contribuem para a fluidez do deslocamento nos centros urbanos. Prova disso, a possibilidade de aluguel de patinetes nas cidades de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro, promovido por uma startup. Assim, a atuação de empresas do ramo tecnológico contribui para a melhora da mobilidade urbana no país. Em suma, os desafios frente à mobilidade urbana brasileira ainda são muitos, todavia poderão ser amenizados. Logo, é imperativo que o Ministério da Ciência e da Tecnologia, junto aos órgãos competentes, mobilize-se, através de parcerias com instituições privadas de computação, para que haja a democratização do acesso ao transporte alternativo. Da mesma forma, os veículos midiáticos podem estabelecer campanhas acerca dos prejuízos em torno do uso em massa de transportes individuais, a fim de que o cidadão desenvolva senso crítico sobre. Pois, dessa forma, será possível assegurar as medidas instituídas na Carta Magna.