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Enviada em: 03/07/2019

Um dos principais conceitos desenvolvidos pela filósofa Hannah Arendt é o pluralismo político, o qual defende a inclusão e diversidade social. Dentro desse espectro, analisa-se o empreendedorismo feminino que, embora tenha crescido nos últimos anos, ainda enfrenta percalços como falta de incentivo e estigmas sociais. Nesse contexto, é importante ressaltar a importância da ocupação do nicho empresarial pelas mulheres e pensar em medidas que viabilizem essa temática, visto que é inaceitável na sociedade moderna a manutenção de preconceitos e construções sociais ultrapassadas.       A princípio, convém analisar que os obstáculos da presença feminina no ramo das empresas começam ainda na infância. Nesse sentido, segundo pesquisa da revista Science, aos seis anos de idade, meninas acreditam que pessoas do sexo masculino são inerentemente mais inteligentes e talentosas do que as do sexo feminino. Dessa forma, crescem com a visão de que são pouco capazes e acabam não arriscando suas carreiras em prol de abrir um novo negócio. Isso se deve à falta de incentivo dado a elas, pois, enquanto os meninos brincam e se desenvolvem intelectualmente, as meninas, desde cedo, ajudam nos serviços domésticos e são inseridas em uma construção social machista que limita e impede a atuação feminina em âmbitos como o do empreendedorismo.       Por conseguinte, toda a sociedade perde quando as esferas sociais - incluindo a empresarial - não são galgadas na diversidade. Sob esse aspecto, pode-se citar o método dialético do filósofo Hegel, o qual consiste no embate entre tese e antítese para se chegar à síntese. Partindo desse pressuposto, a presença de mulheres e homens empreendedores é extremamente positiva, pois ambos possuem visões e ideias distintas, o que proporciona novas abordagens de chegar à síntese e, assim, resolver problemas da coletividade. Com efeito, o empreendedorismo feminino amplia espaço e dá visibilidade às mulheres, promove inclusão, contribui para diminuição da desigualdade social e ajuda a quebrar preconceitos ainda presentes na sociedade brasileira.       Fica clara, portanto, a importância da presença de mulheres empresárias e a necessidade de acabar com os entraves que as impedem de crescer nessa carreira. Dito isso, cabe ao Ministério da Educação fornecer incentivo nesse sentido, por meio de uma reforma na Base Nacional Comum Curricular que estimule, desde os primeiros anos, com palestras, semanas temáticas, teatros e aulas de Sociologia e Antropologia, a autonomia das meninas e a igualdade de gênero, exaltando suas aptidões e incentivando-as a escolher qualquer profissão sem preconceito. Com isso, as futuras mulheres crescerão seguras de suas capacidades, poderão empreender de forma inovadora e, assim, fazer com que a sociedade se torne, de fato, plural como Arendt idealizou.