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Enviada em: 07/07/2019

No contexto social brasileiro, a expansão do setor terciário da economia, a partir de 1970, propiciou uma maior participação de inovações empreendedoras, inclusive de mulheres. No entanto, o insatisfatório reconhecimento social e corporativo da importância da participação das mulheres inviabiliza uma maior integração dessas no território das finanças. Logo, urgem ações engajadas dos agentes adequados, com o escopo de alterar essa retrógrada conjuntura nacional.       Em verdade, entraves relacionadas ao empreendedorismo da mulher tem caráter histórico, uma vez que apenas em 1962 esse segmento teve acesso ao Cadastro de Pessoas Físicas, ou seja, até esse período tal grupo não podia nem mesmo possuir conta bancária. Nesse sentido, embora movimentos por equidade de gênero, como o movimento feminista, contribua para maior empoderamento e confiança da mulher na sociedade, o preconceito e a desvalorização da chefia feminina desestimulam atitudes inovadoras que acelerem, também, o rompimento de valores patriarcais existentes. Por conseguinte, nota-se uma  intensa desarmonia social e desigualdade, a qual inviabiliza decisivamente a equiparação no meio trabalhista.       Outrossim, é notória a negligência das organizações empresariais, sobretudo, dos bancos privados no estímulo ao empreendedorismo feminino. Sob esse viés, observa-se a maior taxação em financiamentos para mulheres do que para homens e a dificuldade imposta no acesso à linhas de crédito, fato comprovado por dados da Rede Mulher Empreendedora, os quais apontam que apenas 3% das empreendedoras brasileiras conseguem empréstimos bancários para iniciar os negócios. Em face disso, percebe-se a restrição da atuação feminina no mercado, o que impossibilita a diversificação de propostas mercadológicas e a materialização da perspectiva feminina em produtos e em serviços.       Destarte, é essencial adotar medidas que valorizem o empreendedorismo da mulher no Brasil. Para tanto, é impreterível que a comunidade apoie a iniciativa feminina no âmbito empreendedor, mediante palestras organizadas por ONGs e mobilizações nas redes sociais, enfatizando a importância do pioneirismo da mulher na formação de empresas, com o fito de romper estigmas históricos e dinamizar as relações de trabalho no país. Concomitantemente, é imprescindível que as entidades privadas, como os bancos Itaú e Bradesco, ofereçam financiamentos atrativos à parcela populacional em debate, a fim de ampliar as possibilidades de ações inovadoras no meio dos negócios.