Materiais:
Enviada em: 21/07/2019

.                                                                  (Des) igualdade      Preconceito, inferiorização, abusos, descrédito. Diversos são os desafios enfrentados pelas mulheres, profissionalmente, na contemporaneidade. Ao longo do história nacional, a desigualdade no mercado de trabalho para o público feminino perpassou a identidade do país e fez-se regra de maneira sistemática. Com efeito, esse panorama de desvalorização feminina no mercado laboral, fruto de uma herança socialmente patriarcalista e do descaso social em reverter esse quadro, mostra-se um desafio da pós-modernidade a ser superado com urgência.        Em primeira instância, esse triste passado patriarcal que ainda reverbera na realidade brasileira fomenta um complexo cenário de preconceito e segregação nas relações de trabalho. Além disso, segundo a Revista Exame, mais da metade das empresas abertas, atualmente, no Brasil, são abertas por mulheres e, no entanto, as empresas que conseguem se manter no mercado por mais tempo, ainda são as iniciadas por homens. Nesse sentido, vale ressaltar que a manutenção desse processo sociológico decorre das práticas sociais vigentes, nas quais a população por falta de reflexão ou apatia não busca desconstruir o cenário de desvalorização do potencial empreendedor feminino.             Em segundo plano, essa compactuação social intensifica o modelo regido pelo patriarcado internalizado ao longo das gerações. Esse fato torna-se evidente ao observar ainda hoje que grande parte das mulheres possui tripla jornada de trabalho - filhos, faculdade e emprego - de forma que adentrar ao mundo empreendedor é um desafio, visto ser uma profissão que exige dedicação quase em tempo integral. Ademais, tal conjuntura materializa a concepção de "Banalidade do Mal", de Hannah Arendt, cuja base filosófica buscava compreender como atitudes más e dotadas de preconceito são banalizadas e naturalizadas por um povo. Com isso, tal reflexão reaviva a problemática enfrentada, na qual essa grave situação de disparidade laboral e moral ainda se faz presente no país.         Portanto, é perceptível que o patriarcado somado à negligência social em combatê-lo é um desafio ao empreendedorismo feminino no Brasil. Visto isso, a fim de garantir acentuada melhora nesse panorama, cabe ao Governo Federal, via Poder Legislativo, por meio da criação de leis, instituir que ao menos 50% dos cargos de chefia nas empresas nacionais, sejam reservados ao público feminino. Dessa maneira, as mulheres se sentirão incentivadas a iniciarem seus projetos empreendedores e, assim, a reflexão de Hannah Arendt desenquadrar-se-á do contexto nacional.