Materiais:
Enviada em: 07/08/2019

No contexto de efervescência sociocultural dos anos 1960, uma das principais pautas do movimento feminista, no Brasil e no mundo, foi a equalização entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Naquela época, ainda era comum a visão tradicional do sexo feminino como detentor exclusivo dos ofícios domésticos, enquanto o homem seria o responsável pelo sustento do lar. Contudo, décadas depois, as mulheres brasileiras avançaram em mostrar seu potencial perante à sociedade, e têm o empreendedorismo como uma de suas mais importantes armas. Assim, é lícito afirmar que o empreendedorismo feminino é uma ferramenta de emponderamento, uma vez que colabora para a independência das mulheres e contribui ativamente para a economia local.    Primeiramente, evidencia-se a autonomia e independência financeira que o empreendedorismo proporciona às mulheres. Isso ocorre porque, ao empreender, a mulher acaba por criar uma nova renda, exclusivamente advinda do seu trabalho e destinada às suas necessidades pessoais. Consequentemente, há o rompimento do ciclo vicioso que prende a mulher a um empregador formal ou até mesmo a um parceiro abusivo. Desse modo, o empreendedorismo faz com que a mulher, antes de tudo, seja a dona do próprio destino pessoal e profissional. Logo, é substancial que ações sejam executadas para incentivar o sexo feminino a empreender, em qualquer nível.        Outrossim, é imperativo pontuar que o empreendedorismo feminino é capaz também de formentar economicamente uma comunidade. Essa lógica é comprovada por negócios fundados e geridos majoritariamente por mulheres, como marmitarias, confeitarias, etc. Nesse sentido, além de gerar empregos, locais onde há esse tipo de iniciativa se beneficiam também pela injeção de dinheiro aplicada nessas pequenas empresas. Sob esse aspecto, existem organizações como Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), que oferecem consultorias e serviços de auxílio à novos empreendedores.      Infere-se, portanto, que no Brasil, o empreendedorismo feminino deve ser apoiado. Posto isso, o Ministério do Desenvolvimento Social deve, por meio de um amplo debate entre Estado, mulheres e Organizações Não Governamentais, traçar um plano de incentivo ao empreendedorismo por parte das mulheres. Tal plano deverá, principalmente, fornecer treinamentos a indivíduos que tenham ideias de negócios, a fim de aumentar a independência da mulher na sociedade brasileira. Ademais, o Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, mediante mapeamento de negócios já existentes, deverá buscar apoio do Legislativo para criar leis de incentivos fiscais para pequenas empresas administradas por mulheres, a fim de garantir a sobrevivência dessas organizações.