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Enviada em: 07/10/2019

De acordo com Simone de Beavouir, somente o trabalho garantirá a independência concreta da mulher. Neste sentido, o empreendedorismo feminino é essencial para o progresso tanto social quanto econômico do Brasil, seja pela capacidade de inovação delas, seja por garantir o espaço feminino no mercado de trabalho.       Primeiramente, por causa da capacidade de inovar em segmentos de mercado ainda pouco ocupados na economia brasileira. De fato, segundo a Associação Brasileira de Startups, 26% das empresas de inovação são chefiadas por mulheres. Esse percentual, embora reduzido, é fundamental por trazer oportunidades de negócio antes ignoradas pelo público masculino. Além disso, um estudo divulgado pela Elsevier mostra que o conhecimento gerado pelas mulheres tem conteúdo interdisciplinar, o que contribui para o fomento da pesquisa e agrega desenvolvimento científico à sociedade.       Ademais, empreender possibilita a manutenção feminina no mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa Mulheres Chefes de Família, há no Brasil 29 milhões de famílias chefiadas por mulheres.  Diante disso, gerir o próprio negócio permite conciliar os compromissos profissionais com os familiares, o que é deveras importante numa sociedade sexista na qual elas são as principais encarregadas das atividades domésticas e de cuidado, segundo o Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça.       Urge, portanto, ações para incentivar o empreendedorismo do público feminino. Sendo assim, é necessário que o governo, em parceria com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, financie projetos de fomento à criação de empresas por mulheres, através de uma ampla ação midiática, que inclua propagadas televisivas, entrevistas em jornais e debates entre empresárias e o público feminino. Nesse sentido, o intuito de tal medida deve ser o diagnóstico das carências empresariais e, a identificação de oportunidades de negócios. Ação que iniciada no presente, é capaz de modificar o futuro de toda a sociedade brasileira. Precisamos avançar muito para a necessária equidade de gênero. Precisamos permitir que as mulheres inovem, usem suas competências e tenham sua justa participação no mundo do trabalho. Mas a grande inovação mesmo, em um mundo onde seis mulheres morrem a cada hora vítimas de feminicídio praticado por conhecidos, ainda é educar para a justiça social.       Além disso, porque a inserção de mulheres pode melhorar a equidade entre os gêneros. Conforme dados do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística, apesar de representarem 52,4% da população as mulheres respondem por somente 45,6% do nível de ocupação. Neste sentido, a independência financeira proporcionada por gerir seu próprio negócio, é uma forma eficaz de vencer as dificuldades existentes no injusto mercado de trabalho brasileiro e melhorar as condições sociais dessa parcela tão importante da população.