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Enviada em: 31/07/2018

Na série "Black Mirror", a obra retrata o avanço das mídias sociais e as suas consequências na vida dos indivíduos, uma vez que, dependendo do seu uso, os resultados podem ser maléficos para o corpo social. À vista disso, a longa aborda um possível futuro na era tecnológica, a qual vem globalizando e aumentando as convergências e as desigualdades sociais. Nesse sentido, o poder de integração dos meios de comunicações é o mesmo da exclusão digital e de conflitos.                  Em primeiro plano, cerca de 36% da população brasileira não tem acesso à internet nas suas residências, segundo IBGE (Estatuto Brasileiro de Geografia e Estatística). Desse modo, percebe-se que o poder da integração não é tão forte, posto que quase dois quintos da população não tem interação com a ferramenta mais globalizada do mundo, reforçando a ideia do filósofo Pierre Levy, a qual diz que toda nova tecnologia cria seus excluídos. Logo, essa exclusão digital, aprofunda o abismo de desigualdades econômicas, sociais e raciais, fazendo com que esses indivíduos tenham menos oportunidades na vida e no mercado de trabalho, que exige o conhecimentos básicos de informática.                  Ademais, os outros três quintos da população, que tem acesso à internet, também enfrenta problemas. Isto posto, a rede virtual tem sua fama de um ambiente cheio de informação e inclusivo, entretanto, essa plataforma deu espaço disseminação de intolerância e a desinformação, como, por exemplo, as mensagens de ódio e as notícias falsas. Dessa forma, o poder de integrar deixa de existir e passa a ter um artifício de reprimir e alienar os internautas, já que não existe um amparo adequado para punir esses agressores, como foi o caso da jornalista, Maju Trindade, do Jornal Nacional que recebeu milhares de mensagens racistas na sua página e poucos autores foram autuados.                   Entende-se, portanto, que cabe ao Estado promover a inclusão digital, além de punir crimes que são cometidos nas plataformas de comunicações, reforçando a ideia de Aristóteles de que através da justiça a harmonia pode ser alcançada, ou seja, a integração. Desse modo, cabe Ministério de Comunicações, por intermédio da criação de um projeto social inclusivo, colocar internet em praças, bibliotecas e áreas públicas para comunidade, para que, assim, todos possam ter acesso a essa ferramenta e não sejam segregados pela falta dela. Além disso, cabe à Policia Federal, através de investimentos nas áreas cibernéticas, proporcionar a capacitação para buscas de IP's ( identificação do computador) e a compra de processadores que ajudem o trabalho de busca, para que os policiais possam encontrar as pessoas que cometem crimes na internet e puni-las devidamente. Por fim, cabe também, ao donos de redes sociais, as quais tem grande alcance, promover políticas como a da rede social Facebook, que excluí e puni disseminadores de mensagens de ódio e de notícias falsas.