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Enviada em: 21/08/2018

Um conjunto de manifestações populares na luta pelo fim das ditaduras, realizadas em 2011 e conhecidas como Primavera Árabe, evidenciou o poder da utilização dos meios de comunicação e sua capacidade de ser um instrumento de reivindicações. Entretanto, apesar dos aspectos integradores que os meios de comunicação possuem, é necessário analisar, também, a sua forma e possibilidade de uso.       É fundamental perceber que o advento da Era Digital trouxe consigo modificações no cotidiano social. Em outros momentos da história, a comunicação se restringia aos familiares e comunidades, no entanto, a internet possibilitou que barreiras e até mesmo fronteiras nacionais fossem cruzadas com somente um "click". Os meios de comunicação, transformaram-se em instrumentos fundamentais para a troca de informações, pesquisas, debates e até mesmo o conhecimento de novas culturas. Tornaram-se ainda ferramentas de organização para lutas e manifestos populares, como o "Manifesto dos vinte centavos", que alcançou proporções nacionais.       Todavia, esta integração concedida pelos meios de comunicação ocorre de maneira parcial. Uma grande parte da população ainda não possui acesso a estas novidades tecnológicas, seja pelo quesito financeiro, seja pelo cultural. As gerações que não cresceram com o acesso a estas tecnologias sentem cada vez mais dificuldade em acompanhar o ritmo acelerado do mundo, sendo assim excluídas digitalmente. Além disto, a extrema velocidade de criação de novas tecnologias, faz com que o aperfeiçoamento constante nesse meio seja necessário para o acompanhamento dos novos programas e softwares desenvolvidos. As distâncias encurtadas na comunicação com grupos inclusos, tornam-se verdadeiros abismos entre os exclusos.        Fica evidente, portanto, que deve-se ampliar o potencial de conexões e trocas possibilitados pelos meios de comunicação, de modo a diminuir o número de pessoas excluídas digitalmente. Isto pode ser realizado adotando medidas realizadas através do Ministério da Educação e da Cultura, com o apoio de palestrantes e professores de informática, que, em rodas de conversa, aprendizado e aulas de iniciação ao contato com as tecnologias, mostrarão, de forma dinâmica e didática, o passo a passo para o acesso a internet e aos meios de comunicação, visando a maior adesão por parte das pessoas interessadas. Além disto, pode-se oferecer nas escolas, espaços em horários alternativos que promovam o acesso aos computadores, para aqueles cuja renda financeira não possibilita a sua aquisição, objetivando a realização de pesquisas e o próprio acesso em si. Somente assim, com uma comunicação efetiva e integrada, movimentos e reivindicações serão impulsionados pela voz do povo.